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DESENVOLVIMENTO
País passou da 54ª para a 57ª posição entre 104 países analisados em relatório do Fórum Econômico Mundial
Brasil cai em ranking de competitividade
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil ficou menos competitivo e perdeu a capacidade de manter o crescimento econômico para
os próximos anos. É o que mostra
relatório global de competitividade publicado, em Nova York, pelo
World Economic Forum (Fórum
Econômico Mundial). No estudo,
o país caiu três posições no ranking das nações mais competitivas do globo. Desde 2000 o Brasil
só tem quedas nesse indicador.
A despeito dos esforços do atual
governo em promover ajustes na
economia, piorou a posição do
país em questões como controle
inflacionário, taxas de juros e ambiente privado para investimento.
Pelos dados, o Brasil caiu no
ranking global de competitividade da 54ª posição em 2002 para a
57ª em 2003. Fazem parte da
amostra 104 países. Como competitividade o Fórum entende a
capacidade de um país sustentar o
seu crescimento futuro.
Foram analisadas variáveis macroeconômicas (juros, câmbio,
inflação), além de indicadores como inovação tecnológica, nível de
violência e até efeitos nos negócios de possíveis ataques terroristas nos países.
Para efeito de comparação, o
Chile ocupa a 22ª colocação -ganhou seis posições- e é hoje o
país mais competitivo da América
Latina. Para Augusto Lopez-Claros, economista do World Economic Forum, o Chile "está se separando do resto [leia-se América
Latina]". A Argentina subiu quatro posições em um ano (está em
74ª) e "mostra recuperação", diz
ele. No estudo, Finlândia e EUA
ocupam as duas primeiras colocações, respectivamente.
"Temos consciência dos elogios
do FMI [Fundo Monetários Internacional] ao Brasil, por conta dos
ajustes fiscais. Nossos índices, no
entanto, não dão crédito à performance histórica, e o Brasil tem
um déficit fiscal ainda muito elevado e é pobre nesse sentido",
afirmou Lopez-Claros.
Michael Porter, um dos mais
respeitados estudiosos em estratégia empresarial e diretor da
Universidade Harvard, afirmou
que o país está numa situação
mais confortável que a de anos
atrás, mas ainda carrega indicadores macroeconômicos ruins.
Pelos dados do Fórum, o Brasil
está na 93ª posição entre os países
com a maior inflação do mundo,
enquanto no ano de 2002 ocupava
a 80ª posição. No ranking dos juros, estava em 101º lugar em 2003,
contra 100º no ano anterior.
Os relatórios de competitividade compreendem dados relativos
aos dois anos anteriores. Portanto, uma eventual alteração no cenário (como a redução na taxa de
juros básica no país, que caiu em
2004) não entra nessa conta.
Ambiente hostil
Em outro indicador publicado
ontem, classificado como Índice
de Competitividade de Negócios,
o Brasil caiu da 34ª posição em
2002 para a 37ª em 2003. Nesse caso, o estudo considera basicamente se as empresas encontram
um "ambiente hostil" para expansão, segundo o relatório.
Ele leva em consideração questões como infra-estrutura básica
(condições das estradas, portos,
rede de energia elétrica), estabilidade tributária, índices macroeconômicos, entre outros.
"Mesmo quando melhoramos,
nós pioramos", diz Carlos Arruda, diretor de Desenvolvimento e
Finanças da Fundação Dom Cabral, que comentou no Brasil os
dados mundiais. Segundo ele, como a análise considera a posição
de outros países, se algumas regiões dão um salto no ranking por
qualquer razão, o Brasil pode ficar
para trás. Mesmo que tenha registrado algum avanço.
"A América Latina ainda é foco
de uma boa dose de desapontamentos", disse Michael Porter, ao
analisar os dados de competitividade empresarial.
Pela primeira vez, o Fórum Econômico Mundial divulgou um Índice de Competitividade Global,
que reúne os dois índices atuais, o
de crescimento competitivo e o de
competitividade empresarial.
Nesse ranking, o Brasil ficou em
49º. O Chile, em 29º, e México e
Argentina, na 60ª e na 75ª posição,
respectivamente. Nesse índice
não há dados de anos anteriores.
Ontem, a Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo) e a Fundação Dom Cabral
apresentaram outros dados sobre
competitividade de 1997 a 2002.
Dos 43 países analisados, o Brasil
ocupava a 39ª posição em 2002.
Em 1997, ele era o 37º colocado.
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