São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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País ganha sete posições e lidera o 3º bloco, dos "parcialmente fechados"

Brasil é a 72ª economia mais aberta

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

O Brasil é o 72º colocado quando o critério é a abertura da economia. A classificação é de estudo feito pela Fundação Heritage em 156 países. É o nono ano em que a ONG conservadora sediada em Washington realiza esse tipo de levantamento. No ano passado, o Brasil estava na 79º colocação.
O país lidera o terceiro bloco, dos países "parcialmente fechados", atrás dos blocos dos países "livres" e dos "parcialmente livres", mas à frente dos "fechados" (por instabilidade econômica ou política, ficaram fora do levantamento Angola, Burundi, Congo, Iraque e Sudão).
Para a entidade, que leva 50 variáveis em conta em sua classificação (como políticas comercial, fiscal e monetária, intervenção governamental e direitos de propriedade e regulamentação), o Brasil melhorou no último ano, mas tem muito o que mudar para entrar no bloco seguinte.
Os critérios que mais contribuem para que o Brasil apareça entre os parcialmente fechados são o comércio exterior muito regulamentado e a atuação relativamente livre da pirataria no país. Para a Heritage, "a economia brasileira ainda tem problemas estruturais que impedem seu crescimento a longo prazo".
Segundo o estudo, o Brasil conta com "um sistema fiscal complicado, barreiras para o investimento externo em alguns setores, grande controle governamental no setor de energia e financeiro, um sistema judiciário fraco e uma abundância de burocracia".
Na política comercial, são criticadas as tarifas cobradas de produtos provenientes de países fora do Mercosul, assim como a burocracia para os importadores e a lentidão da introdução de padrões fitossanitários. A pesquisa acredita que a presença do governo na economia ainda é grande.
O grupo que o Brasil lidera é dominado por países africanos, árabes e ex-repúblicas soviéticas; não há nele nenhuma economia que figure entre as 15 maiores do mundo, à exceção do próprio Brasil. Empatados no mesmo 72º lugar estão Colômbia, Malásia, Mali, Maurício, Mongólia, Nicarágua e Suazilândia.
Entre os latino-americanos, o Brasil está atrás do Chile, Peru, Bolívia e Argentina. O Chile, aliás, é o mais bem colocado da América Latina: 16º lugar, o líder do grupo dos "parcialmente livres". A classificação geral é liderada pelo nono ano consecutivo por Hong Kong, avaliada como "a economia mais aberta do mundo", seguida por Cingapura, Luxemburgo, Nova Zelândia e Irlanda.
Os Estados Unidos estão empatados em sexto lugar, com Dinamarca e Estônia. O último colocado, no grupo dos "fechados", é a Coréia do Norte, precedida por Cuba, Zimbábue e Laos. Entre todos os pesquisados deste ano, 74 apresentaram mais abertura econômica, contra 49 que teriam se tornado mais fechados.
"Apesar de os índices só melhorarem a cada ano desde o primeiro estudo, de 1995, a maioria das economias do mundo hoje são fechadas ou parcialmente fechadas", disse o presidente da fundação, Edwin Feulner.


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