São Paulo, quinta-feira, 14 de novembro de 2002

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O VÔO DA ÁGUIA

Presidente do Fed diz que possibilidade de nova recessão é pequena

Greenspan descarta risco de deflação

DA REDAÇÃO

O presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, afirmou que a economia norte-americana passa por um momento difícil, devido à queda no valor das ações e a uma possível guerra contra o Iraque. Mas, para o presidente do banco central norte-americano, são pequenos os riscos de o país enfrentar uma nova recessão ou mesmo um período de deflação.
Greenspan, que participou ontem da sessão conjunta da Comissão de Economia do Congresso dos EUA, disse que o corte de meio percentual nos juros, na semana passada, deverá ajudar o país a sair do "momento de fraqueza". Afirmou ainda que, se a economia progredir da maneira que o Fed imagina, não serão necessários novos estímulos.
"A economia está desacelerando ou estagnada, mas não há evidências, ao menos até o momento, de que a queda esteja se acelerando", disse o presidente do Fed. "O que de fato há é um grande nível de incertezas."
Na semana passada, o conselho de política monetária do Fed surpreendeu o mercado financeiro ao derrubar os juros num agressivo corte de meio ponto percentual. A taxa caiu para 1,25% ao ano, a menor desde 1961.
"Embora o crescimento tenha se sustentado relativamente bem no último ano, várias forças ainda pesam sobre a economia", disse Greenspan aos congressistas. Para o presidente do Fed, tais "forças" negativas seriam a lenta recuperação dos investimentos, a queda das Bolsas, os escândalos contábeis e os temores de uma eventual guerra contra o Iraque.
"Nos últimos meses, essas forças cobraram uma taxa da atividade, e os indicadores mostram que a economia atingiu um momento de fraqueza", concluiu.
O presidente do Fed procurou reduzir a importância dos comentários, feitos por economistas norte-americanos como Paul Krugman, de que os EUA podem sofrer uma "japanização" -ou seja, cair num período prolongado de estagnação e deflação. "Não temos o tipo de fraqueza que pressagia que a economia cairá de uma maneira cumulativa."
Greenspan disse que, embora atentadas, as autoridades monetárias do país não vêem um elevado risco de deflação. Em um tom otimista, o presidente do Fed afirmou que é "mais provável" que a atividade comece a se acelerar, assim que superadas as incertezas.
O presidente do Fed disse ainda que não espera um grande choque em caso de uma guerra no golfo Pérsico. Para Greenspan, os efeitos serão "modestos". Afirmou ainda que não espera uma queda acentuada nos gastos.


Com agências internacionais

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