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Para Miro, faltou investimento em telefonia local
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Comunicações,
Miro Teixeira, fez críticas indiretas à forma como a Embratel conduziu seus negócios no Brasil.
Questionado sobre por que investidores privados estariam querendo vender a empresa, que era considerada a melhor do processo de
privatização das teles, o ministro
disse que esse era um problema
de quem fez a avaliação.
Na quarta-feira, a MCI, companhia norte-americana controladora da Embratel, anunciou que
pretende vender a empresa. A
Embratel foi comprada pela MCI
em 1998, por R$ 2,65 bilhões
-ágio de 47,22%. A MCI é a divisão de telefonia de longa distância
da WorldCom, empresa envolvida nos escândalos financeiros e
contábeis nos Estados Unidos.
"O investimento exclusivamente em longa distância era algo que
já não sinalizava para um bom negócio, ao contrário da telefonia fixa local, que você tem um monopólio regional", disse o ministro.
"Eu não sei o que se passou na
avaliação deles na época da privatização e, depois, por que não se
lançaram também na prestação
de serviços de telefone fixo. Eles
têm licença para isso", afirmou.
Ou seja, na avaliação de Miro,
houve dois problemas com a Embratel: o preço pago no leilão,
uma vez que, na avaliação do ministro, longa distância não era um
negócio tão bom quanto telefonia
fixa local, e o fato de a empresa
não ter investido mais em telefonia fixa local. Hoje, a Embratel
atende a clientes corporativos
(empresas) no ramo de telefonia
fixa local.
Apesar de ter feito essas observações, Miro disse que não estava
fazendo crítica de gestão. "Não está fazendo crítica de má gestão. Eu
não sei até que ponto [a Embratel]
pode ser chamada de "jóia da coroa". Jóia da coroa eu acho que é a
Telefônica, que pega o mercado
de São Paulo, que é um belo mercado", disse o ministro.
Miro disse que o anúncio do interesse da MCI em vender a Embratel "coincide com informações
que nós já detínhamos". Ele disse
que, em relação a essa questão,
"não há temores". Questionado se
há possibilidade de não haver interesse do mercado em comprar a
Embratel e a situação da empresa
piorar a ponto de prejudicar os
serviços, disse: "Nós temos soluções para qualquer cenário. Nós
não seremos surpreendidos".
Ele ainda afirmou que não há
risco da interrupção de serviços e
que o governo não irá tomar nenhuma atitude "exótica" em relação ao assunto. Ele afirmou que a
situação da Embratel já vem sendo acompanhada pelo governo
desde o início do ano.
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