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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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Para Miro, faltou investimento em telefonia local

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, fez críticas indiretas à forma como a Embratel conduziu seus negócios no Brasil. Questionado sobre por que investidores privados estariam querendo vender a empresa, que era considerada a melhor do processo de privatização das teles, o ministro disse que esse era um problema de quem fez a avaliação.
Na quarta-feira, a MCI, companhia norte-americana controladora da Embratel, anunciou que pretende vender a empresa. A Embratel foi comprada pela MCI em 1998, por R$ 2,65 bilhões -ágio de 47,22%. A MCI é a divisão de telefonia de longa distância da WorldCom, empresa envolvida nos escândalos financeiros e contábeis nos Estados Unidos.
"O investimento exclusivamente em longa distância era algo que já não sinalizava para um bom negócio, ao contrário da telefonia fixa local, que você tem um monopólio regional", disse o ministro. "Eu não sei o que se passou na avaliação deles na época da privatização e, depois, por que não se lançaram também na prestação de serviços de telefone fixo. Eles têm licença para isso", afirmou.
Ou seja, na avaliação de Miro, houve dois problemas com a Embratel: o preço pago no leilão, uma vez que, na avaliação do ministro, longa distância não era um negócio tão bom quanto telefonia fixa local, e o fato de a empresa não ter investido mais em telefonia fixa local. Hoje, a Embratel atende a clientes corporativos (empresas) no ramo de telefonia fixa local.
Apesar de ter feito essas observações, Miro disse que não estava fazendo crítica de gestão. "Não está fazendo crítica de má gestão. Eu não sei até que ponto [a Embratel] pode ser chamada de "jóia da coroa". Jóia da coroa eu acho que é a Telefônica, que pega o mercado de São Paulo, que é um belo mercado", disse o ministro.
Miro disse que o anúncio do interesse da MCI em vender a Embratel "coincide com informações que nós já detínhamos". Ele disse que, em relação a essa questão, "não há temores". Questionado se há possibilidade de não haver interesse do mercado em comprar a Embratel e a situação da empresa piorar a ponto de prejudicar os serviços, disse: "Nós temos soluções para qualquer cenário. Nós não seremos surpreendidos".
Ele ainda afirmou que não há risco da interrupção de serviços e que o governo não irá tomar nenhuma atitude "exótica" em relação ao assunto. Ele afirmou que a situação da Embratel já vem sendo acompanhada pelo governo desde o início do ano.


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