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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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TELES

Ações ON, que dão direito a voto, subiram 39,24% após controlador da empresa informar que venderá sua participação

Anúncio de venda faz Embratel disparar

FABRICIO VIEIRA
ADRIANA MATTOS

DA REPORTAGEM LOCAL

Logo na abertura do pregão da Bovespa ontem, houve um corre-corre entre os investidores para tentar comprar as ações da Embratel Participações. Resultado: os papéis com direito a voto (ON) da empresa de telecomunicações dispararam 39,24%.
O movimento aconteceu após o grupo norte-americano MCI, controlador da companhia, anunciar de forma pública que irá vender sua participação na Embratel Participações, empresa com dívidas elevadas e atualmente a maior operadora de telefonia de longa distância no Brasil.
O comunicado da MCI foi feito no início da noite de quarta-feira, o bastante para que efeitos da decisão respingassem no mercado financeiro ontem.
No momento da venda do controle da tele, pode ser bastante interessante para os minoritários terem suas ações nas mãos. É que a regra do chamado "tag-along" assegura aos acionistas minoritários, no caso de venda do controle da companhia, receber pelas suas ações o preço equivalente a, no mínimo, 80% do valor pago ao acionista majoritário.
Juntas, as duas ações da Embratel Participações (ON e PN) movimentaram quase 20% do volume negociado ontem na Bolsa de Valores de São Paulo. O papel PN (preferencial) da empresa fechou com valorização de 3,2%.
A MCI, cujo nome jurídico é WorldCom, ainda não fala em compradores para os cerca de 52% que detém do capital votante da Embratel. Ela também controla 19,3% das ações preferenciais.

Bolsa de apostas
Na bolsa de apostas de especialistas da área crescem as chances de que o empresário Carlos Slim, dono da empresa Claro (companhia de telefonia celular que engloba grupos como BCP e Tess), coloque as mãos na Embratel.
Slim é dono do grupo mexicano Telmex e é considerado um dos empresários mais ricos da América Latina. Segundo analistas ouvidos ontem, o executivo possui mais de US$ 400 milhões em papéis da dívida da WorldCom/ MCI. E já deixou claro, em recentes visitas ao país, que pretende ampliar suas operações no Brasil.
Apesar de a Embratel ter reduzido a dívida em R$ 601 milhões (US$ 206 milhões) nos nove primeiros meses deste ano, o volume ainda beira os R$ 4 bilhões.
Foi realizado um processo de reestruturação de seus débitos neste ano, que começaram a ser renegociados em 2002. O peso dessa conta foi um dos fatores que teriam levado a MCI a se desfazer do ativo no país.
A multinacional tem passado por um período delicado: entrou em concordata em 2002 e teve de desenhar um plano de reformulação de suas contas em 2003. A revelação de escândalos financeiros no ano passado -com a "maquiagem" de balanços- colocou a companhia numa situação desconfortável no mercado norte-americano.


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