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TELES
Ações ON, que dão direito a voto, subiram 39,24% após controlador da empresa informar que venderá sua participação
Anúncio de venda faz Embratel disparar
FABRICIO VIEIRA
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Logo na abertura do pregão da
Bovespa ontem, houve um corre-corre entre os investidores para
tentar comprar as ações da Embratel Participações. Resultado:
os papéis com direito a voto (ON)
da empresa de telecomunicações
dispararam 39,24%.
O movimento aconteceu após o
grupo norte-americano MCI,
controlador da companhia, anunciar de forma pública que irá vender sua participação na Embratel
Participações, empresa com dívidas elevadas e atualmente a maior
operadora de telefonia de longa
distância no Brasil.
O comunicado da MCI foi feito
no início da noite de quarta-feira,
o bastante para que efeitos da decisão respingassem no mercado
financeiro ontem.
No momento da venda do controle da tele, pode ser bastante interessante para os minoritários terem suas ações nas mãos. É que a
regra do chamado "tag-along" assegura aos acionistas minoritários, no caso de venda do controle
da companhia, receber pelas suas
ações o preço equivalente a, no
mínimo, 80% do valor pago ao
acionista majoritário.
Juntas, as duas ações da Embratel Participações (ON e PN) movimentaram quase 20% do volume
negociado ontem na Bolsa de Valores de São Paulo. O papel PN
(preferencial) da empresa fechou
com valorização de 3,2%.
A MCI, cujo nome jurídico é
WorldCom, ainda não fala em
compradores para os cerca de
52% que detém do capital votante
da Embratel. Ela também controla 19,3% das ações preferenciais.
Bolsa de apostas
Na bolsa de apostas de especialistas da área crescem as chances
de que o empresário Carlos Slim,
dono da empresa Claro (companhia de telefonia celular que engloba grupos como BCP e Tess),
coloque as mãos na Embratel.
Slim é dono do grupo mexicano
Telmex e é considerado um dos
empresários mais ricos da América Latina. Segundo analistas ouvidos ontem, o executivo possui
mais de US$ 400 milhões em papéis da dívida da WorldCom/
MCI. E já deixou claro, em recentes visitas ao país, que pretende
ampliar suas operações no Brasil.
Apesar de a Embratel ter reduzido a dívida em R$ 601 milhões
(US$ 206 milhões) nos nove primeiros meses deste ano, o volume
ainda beira os R$ 4 bilhões.
Foi realizado um processo de
reestruturação de seus débitos
neste ano, que começaram a ser
renegociados em 2002. O peso
dessa conta foi um dos fatores que
teriam levado a MCI a se desfazer
do ativo no país.
A multinacional tem passado
por um período delicado: entrou
em concordata em 2002 e teve de
desenhar um plano de reformulação de suas contas em 2003. A revelação de escândalos financeiros
no ano passado -com a "maquiagem" de balanços- colocou
a companhia numa situação desconfortável no mercado norte-americano.
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