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Passagens aéreas ficam 12% mais caras em outubro
Demanda aquecida permite recuperação nos preços, após guerra de tarifas
Com retomada na economia e maior procura, TAM e Gol
esperam preços até 20%
mais altos até o final do ano;
tarifa média fica em R$ 312,2
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de atingir o menor nível do ano em setembro, as passagens aéreas subiram 12,2%
em outubro no mercado doméstico, de acordo com relatório publicado ontem pela Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil). O passageiro pagou, em
outubro, R$ 0,46 por quilômetro voado ("yield tarifa"), ante
R$ 0,41 em setembro.
Mas, mesmo com a recuperação, o mês passado foi o outubro mais barato para voar de
avião desde 2002. Na comparação com outubro daquele ano,
quando o "yield tarifa" foi de R$
0,86, as tarifas cobradas em outubro foram 46,5% menores. O
indicador leva em conta a inflação, medida pelo IPCA.
A tarifa média praticada no
país, indicador que é uma média ponderada das tarifas conforme a quantidade de passageiros transportados em cada
etapa de voo, foi de R$ 312,20
em outubro -alta de 16,6% em
relação a setembro, quando ficou em R$ 267,75.
Os indicadores de "yield" e de
tarifa média, que começaram a
ser divulgados pela Anac no
mês passado, são feitos com base em informações fornecidas
pelas companhias. Eles levam
em conta apenas o preço pago
pelo consumidor comum. As
tarifas especiais para empresas
ou de fretamentos turísticos
não entram na conta. Os indicadores diferem do "yield" que
consta no balanço financeiro
das companhias abertas e que
engloba todas as receitas.
Segundo o presidente da
TAM, Líbano Barroso, as passagens começaram a subir na
segunda quinzena de outubro.
"As tarifas já estão de 10% a
20% mais altas do que em setembro", afirmou o executivo
ao divulgar o balanço da empresa, na quinta-feira. Ele acredita que em 2010 as tarifas vão
continuar se recuperando, devido às previsões de crescimento da economia, em torno de
5%. "O setor costuma crescer
algo como duas vezes o PIB. Se
a demanda crescer de 10% a
12%, haverá espaço para manter as tarifas mais elevadas."
Assim como a TAM, a Gol
também espera cobrar 20%
mais, em média, pelos bilhetes
neste fim de ano.
O excesso de oferta e a baixa
demanda vivida pelo setor no
primeiro semestre geraram
uma competição acirrada entre
as companhias. O resultado foi
a maior guerra tarifária desde o
início da década.
Em seu balanço, a TAM divulgou uma queda nas tarifas
("yield") de 27% no terceiro trimestre, na comparação com o
ano passado. A queda no "yield"
da Gol foi ainda maior, de 30%.
Na comparação com o segundo
trimestre deste ano, o "yield"
da TAM caiu 7%, e o da Gol,
12,1%.
A guerra de tarifas ajudou a
estimular a demanda. O setor
cresceu 42% em outubro, mês
em que a taxa de ocupação dos
aviões ficou em 72,6%. Em julho, mês de demanda aquecida,
a ocupação foi de 62,6%.
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