São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Passagens aéreas ficam 12% mais caras em outubro

Demanda aquecida permite recuperação nos preços, após guerra de tarifas

Com retomada na economia e maior procura, TAM e Gol esperam preços até 20% mais altos até o final do ano; tarifa média fica em R$ 312,2

MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de atingir o menor nível do ano em setembro, as passagens aéreas subiram 12,2% em outubro no mercado doméstico, de acordo com relatório publicado ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O passageiro pagou, em outubro, R$ 0,46 por quilômetro voado ("yield tarifa"), ante R$ 0,41 em setembro.
Mas, mesmo com a recuperação, o mês passado foi o outubro mais barato para voar de avião desde 2002. Na comparação com outubro daquele ano, quando o "yield tarifa" foi de R$ 0,86, as tarifas cobradas em outubro foram 46,5% menores. O indicador leva em conta a inflação, medida pelo IPCA.
A tarifa média praticada no país, indicador que é uma média ponderada das tarifas conforme a quantidade de passageiros transportados em cada etapa de voo, foi de R$ 312,20 em outubro -alta de 16,6% em relação a setembro, quando ficou em R$ 267,75.
Os indicadores de "yield" e de tarifa média, que começaram a ser divulgados pela Anac no mês passado, são feitos com base em informações fornecidas pelas companhias. Eles levam em conta apenas o preço pago pelo consumidor comum. As tarifas especiais para empresas ou de fretamentos turísticos não entram na conta. Os indicadores diferem do "yield" que consta no balanço financeiro das companhias abertas e que engloba todas as receitas.
Segundo o presidente da TAM, Líbano Barroso, as passagens começaram a subir na segunda quinzena de outubro. "As tarifas já estão de 10% a 20% mais altas do que em setembro", afirmou o executivo ao divulgar o balanço da empresa, na quinta-feira. Ele acredita que em 2010 as tarifas vão continuar se recuperando, devido às previsões de crescimento da economia, em torno de 5%. "O setor costuma crescer algo como duas vezes o PIB. Se a demanda crescer de 10% a 12%, haverá espaço para manter as tarifas mais elevadas."
Assim como a TAM, a Gol também espera cobrar 20% mais, em média, pelos bilhetes neste fim de ano.
O excesso de oferta e a baixa demanda vivida pelo setor no primeiro semestre geraram uma competição acirrada entre as companhias. O resultado foi a maior guerra tarifária desde o início da década.
Em seu balanço, a TAM divulgou uma queda nas tarifas ("yield") de 27% no terceiro trimestre, na comparação com o ano passado. A queda no "yield" da Gol foi ainda maior, de 30%. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o "yield" da TAM caiu 7%, e o da Gol, 12,1%.
A guerra de tarifas ajudou a estimular a demanda. O setor cresceu 42% em outubro, mês em que a taxa de ocupação dos aviões ficou em 72,6%. Em julho, mês de demanda aquecida, a ocupação foi de 62,6%.


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