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MERCADO ABERTO
Bird avalia clima para negócios no país
O Bird (Banco Mundial), por
meio de seu braço para investimentos no setor privado, a IFC (Corporação Internacional de Finanças), anuncia amanhã, em Brasília, o lançamento de um projeto para avaliar o ambiente de negócios em
25 das maiores cidades do país.
A avaliação, que resultará em
um índice, será semelhante ao estudo "Fazendo Negócios", divulgado anualmente pelo organismo e que classifica mais de 150
países, com base em dez indicadores das principais cidades de
cada um. Na última edição, o
Brasil ficou à frente de só quatro
países em "tempo gasto para
abrir um negócio" (152 dias).
Denominado "Projeto Municipal Scorecard", o programa será
lançado no Brasil em parceria
com a ABM (Associação Brasileira de Municípios), com apoio da
CNC (Confederação Nacional do
Comércio) e da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Será um projeto-piloto da IFC.
Além do Brasil, outros quatro
países da América Latina foram
escolhidos para participar inicialmente da medição, que deve
ficar pronta em junho próximo:
Bolívia, Honduras, Nicarágua e
Peru. Mas a previsão é que mais
sete nações participem em 2006.
"A falta de informações atrapalha tentativas de melhorar os trâmites para negócios. A experiência mostra que a existência de índices e rankings sobre o desempenho de países ou cidades serve
como motivador para governantes, além de permitir que o setor
privado reivindique melhorias",
diz Luke Haggart, diretor do departamento de ambiente de negócios do escritório da IFC para
América Latina e Caribe.
Segundo a IFC, cerca de 66%
do tempo necessário para a abertura de uma empresa é gasto na
esfera municipal, o que demonstra a importância de desburocratizar o ambiente das cidades.
Após a conclusão do índice,
que será calculado por ao menos
três anos, para que seja possível
comparar os dados, serão formados grupos para assistir os municípios que mais necessitem de
ajuda, afirma José Carlos Rassier,
diretor-executivo da ABM.
LUCRO FANÁTICO
Uma das principais redes de varejo de artigos de futebol do
país, a Roxos e Doentes amplia seu campo de atuação no próximo ano, quando começa a administrar a loja de mais um clube
da primeira divisão e lança um programa de franquias. A empresa, hoje responsável pela gestão das lojas de Corinthians,
Internacional, Atlético-MG e Cruzeiro, passará a cuidar da loja
do Goiás a partir de janeiro. Outro plano em análise é abrir
pontos-de-venda dos clubes, hoje concentrados em sedes ou
estádios, em regiões comerciais ou centrais. A rede deve encerrar o ano com crescimento de 35% nas vendas, ante 20% em
2004, impulsionado pelo título do São Paulo na Libertadores e
do Corinthians no Campeonato Brasileiro, diz Eduardo Rosemberg, sócio da Roxos e Doentes. Para 2006, ele mantém o
otimismo, devido à Copa do Mundo. "Teremos outro Natal no
primeiro semestre." Já o programa de franquias prevê a abertura de seis lojas em SP no próximo ano e 30 até 2009.
ANÁLISE
"OMC virou cartório de ricos"
Pratini de Moraes, presidente
da Abiec (associação dos exportadores de carne) e ex-ministro
da Agricultura, diz que se tem
dado uma importância exagerada à reunião da OMC em Hong
Kong. Ele não espera grandes
mudanças no comércio internacional. "A reunião é um exercício
de enxugamento de gelo."
Para o Brasil, seria importante
que os europeus reduzissem o
subsídio agrícola, mas ele vê
poucas chances de sucesso.
Para ele, essa redução não faria
muita diferença. O grande mercado do agronegócio para o Brasil, hoje, são os países emergentes, que já compram mais da metade das exportações agrícolas.
Em 2006, esses países devem
passar a importar 60%, e, no final
da década, entre 78% e 80%.
Pratini recomenda pragmatismo ao Brasil. "A OMC está se
tornando cada vez mais um cartório de registro dos interesses
agrícolas dos países ricos."
NÃO, NÃO E NÃO
Sobre as declarações de Guido
Mantega de que o empréstimo
do BNDES concedido à TAP (no
caso Varig) não será transferido
para o Docas, o empresário Nelson Tanure afirma que "não pediu, não está pedindo e não vai
pedir dinheiro ao BNDES".
MAIS UM
Mario Cilento, vice-presidente
da Carbocloro, ficará mais um
ano na presidência da Abrace
(associação dos grandes consumidores de energia). Será seu segundo mandato na entidade.
RACHA NA CERVEJA
A "Operação Cevada", que, em
junho, prendeu funcionários da
Schincariol e da Itaipava, ainda
movimenta o setor. As duas empresas acabaram de pedir desfiliação do Sindicerv (Sindicato
das Indústrias de Cerveja), que
tem defendido o combate à sonegação fiscal. A entidade defende, por exemplo, ao lado da Receita Federal, a instalação de medidores de vazão em todas as fábricas de cerveja do país. Também anunciaram a saída do sindicato as empresas Conti e Convenção. O mercado de cerveja
deve crescer 5% neste ano, segundo projeções do sindicato.
SEGMENTO LUXO
Youssef Nasr, diretor-geral do
HSBC na América do Sul, inaugura hoje um Premier Centre na
USP, em São Paulo. O investimento na agência, voltada a
clientes de alta renda, será de R$
1,3 milhão. Segundo Nasr, a
aposta no segmento levou o banco a atingir a meta de 120 mil
clientes "premier" no país. Para
2006, a expectativa é elevar em
10% a base. Serão investidos
mais R$ 10 milhões no segmento,
em novas agências e ações de fidelização. Neste ano, o banco
inaugurou suas duas primeiras
unidades nesse modelo no país.
LOGÍSTICA
A Editora Moderna inaugura
na semana que vem um centro
de distribuição avançado em Recife, que elevará em até 120% a
movimentação anual da empresa e vai agilizar o atendimento
aos Estados do Nordeste.
PARCERIA
O Conselho Federal de Contabilidade, com o Sebrae, investirá
R$ 22 milhões em 2006 no programa "Contabilizando Sucesso", o dobro deste ano. O projeto
forma contadores que ajudem
pequenas e microempresas também na gestão dos negócios.
Moreno volta à Bombril
O ator Carlos Moreno voltará
a protagonizar, em março, as
campanhas da Bombril. As negociações, conduzidas pelo publicitário Washington Olivetto,
começaram em outubro. Na
segunda-feira, a diretoria bateu
o martelo. A figura do "Garoto
Bombril" foi criada por Olivetto em 1978. Mas, em 2004, a
campanha fora suspensa.
Apesar da campanha, a empresa ainda enfrenta dificuldades. A diretoria executiva vai
solicitar hoje ao conselho de
administração a suspensão do
contrato com o Trend Bank,
instituição financeira que, desde 2003, responde pela reestruturação da Bombril.
A direção diz que o banco
não tem cumprido vários itens
do contrato, entre eles a redução de taxas de juros, o lançamento de debêntures, a captação de recursos de longo prazo
e a renegociação de dívidas.
Entre as acusações, a de que o
Trend Bank não liberou R$ 12
milhões de fomento e privou o
caixa da empresa de cerca de
R$ 28 milhões, a título de juros
e cobrança de serviços.
Em paralelo, o Trend Bank
estaria reduzindo o limite de
crédito à empresa. Em janeiro,
eram cerca de R$ 50 milhões.
Hoje, são R$ 15 milhões. Pelo
contrato, o limite não deveria
ser inferior a R$ 20 milhões.
Uma das conseqüências dessa disputa é que ela tira fôlego
da Bombril, num momento em
que ela busca se recuperar.
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