São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

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NOVA FASE

Fed aumenta taxa para 4,25%; mudança no comunicado leva analistas a acreditar que em breve aperto monetário termina

EUA elevam juro, mas indicam fim de ciclo

DA REDAÇÃO

O banco central dos Estados Unidos aumentou sua taxa de juros básica em 0,25 ponto percentual pela 13ª vez em sua reunião de ontem. No entanto, pela primeira vez desde o começo do movimento de alta dos juros, em junho de 2004, mudou a frase de seu comunicado que dizia que a política de juros era "acomodativa".
A mudança fez parte dos analistas acreditar que o aperto da política monetária está chegando ao fim, já que a frase em questão era entendida como um sinal de que o Fed acreditava que o nível dos juros impulsionava o crescimento. Agora, com a mudança, muitos analistas entendem que o Fed considera que está perto da taxa "neutra", que não freia nem impulsiona a economia e que é o objetivo do órgão neste momento.
A taxa foi para 4,25% ontem, a maior em quatro anos e meio. O Fed começou a aumentar os juros em 2004, quando eles estavam em 1%, o menor valor em 46 anos.
Alguns analistas acreditam que o Fed ainda deva subir os juros na próxima reunião e até mesmo nas próximas duas. "Acho que o Fed está bastante determinado a aumentar a taxa em janeiro, mas depois disso não se sabe", disse Bill Cheney, economista do John Hancock Financial Services.
Outros analistas acreditam que a remoção da palavra "acomodativa" significa que o Fed examinará os dados econômicos antes de cada reunião para avaliar a necessidade de uma alta nos juros.
A visão de que mais uma ou duas altas nos juros são prováveis é reforçada por outra frase do comunicado do Fed, em que o órgão diz que "o Comitê julga que um pouco mais de firmeza na política monetária provavelmente será necessária" para manter o equilíbrio entre crescimento sustentado e estabilidade de preços.
A próxima reunião do Fed acontece no dia 31 de janeiro e será a última do atual presidente do órgão, Alan Greenspan, que deixa o posto após 18 anos e meio.

Novo comando
No dia seguinte à reunião, o economista Ben Bernanke deve assumir o posto, se for confirmado pelo Senado. Bernanke defende a adoção de metas explícitas de inflação e pode adotar outras mudanças, o que aumenta a incerteza sobre o que acontecerá nas reuniões seguintes.
O comunicado do Fed afirma que o núcleo da inflação (que exclui preços de alimentos e energia, mais voláteis) está baixo e que as pressões inflacionárias de longo prazo estão controladas, mas alerta de que os preços de energia e o aumento da utilização de recursos podem aumentar as pressões.
O mercado norte-americano respondeu positivamente à decisão do Fed. A Bolsa de Nova York, que estava caindo antes do anúncio, subiu 0,5%.


Com agências internacionais

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