São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


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DESACELERAÇÃO
Impacto na economia brasileira será positiva, diz analista
Mercado prevê alta de 0,25% nos juros norte-americanos

CÁTIA LASSALVIA
da Redação

Os mercados estão dando como certa a alta de 0,25% nas taxas de juros dos Estados Unidos durante a próxima reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (banco central norte-americano), que acontecerá nos dias 1º e 2 de fevereiro.
"O mercado já espera o aumento e está se corrigindo em função dessa previsão. A surpresa seria ele não acontecer ou vir com um percentual exagerado, causando desequilíbrios", disse Charles Philipp, administrador de carteira da corretora SLW, em entrevista à Folha.
Durante discurso ao Clube Econômico de Nova York, na noite de quinta-feira, Alan Greenspan -presidente do Fed- deu sinais de que a elevação das taxas aconteceria.
"Apesar de a inflação estar sob controle, o Fed não pode se dar ao luxo de esperar que as forças subjacentes às mudanças da economia fiquem nítidas para decidir agir", disse Greenspan.
Segundo ele, "é necessário ficar atento aos desequilíbrios que a força econômica causa".
Para o mercado, a interpretação foi inequívoca: os juros devem subir 0,25% em fevereiro, dando segurança à política de controle inflacionário do Fed.
As principais Bolsas refletiram ontem a boa expectativa em relação à economia norte-americana, registrando alta. Com a inflação sob controle e um aumento pequeno nas taxas de juros, os Estados Unidos estão buscando uma desaceleração lenta e gradual -chamada pelos economistas de "soft landing" (aterrissagem suave).
"Isso é uma boa notícia para os mercados emergentes, que seriam muito abalados no caso de uma ruptura brusca dessa economia", afirmou Rubens Sardenberg, economista do ABN Amro Bank no Brasil.
Segundo ele, os indicadores econômicos dos EUA afastam a possibilidade, em curto prazo, de que a elevação seja maior.
O principal indicador da saúde dos EUA é o Índice de Preços ao Consumidor, anunciado ontem, que registrou alta de 0,2% em dezembro em relação ao mês anterior.
"O resultado ficou aquém da expectativa e indica que a inflação norte-americana encerrou 99 menor do que se previa, em 2,7%", afirmou Marcelo Allain, economista-chefe do Inter American Express.


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