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DESACELERAÇÃO
Impacto na economia brasileira será positiva, diz analista
Mercado prevê alta de 0,25% nos juros norte-americanos
CÁTIA LASSALVIA
da Redação
Os mercados estão dando como certa a alta de 0,25% nas taxas de juros dos Estados Unidos
durante a próxima reunião do
comitê de política monetária do
Federal Reserve (banco central
norte-americano), que acontecerá nos dias 1º e 2 de fevereiro.
"O mercado já espera o aumento e está se corrigindo em
função dessa previsão. A surpresa seria ele não acontecer ou
vir com um percentual exagerado, causando desequilíbrios",
disse Charles Philipp, administrador de carteira da corretora
SLW, em entrevista à Folha.
Durante discurso ao Clube
Econômico de Nova York, na
noite de quinta-feira, Alan
Greenspan -presidente do
Fed- deu sinais de que a elevação das taxas aconteceria.
"Apesar de a inflação estar sob
controle, o Fed não pode se dar
ao luxo de esperar que as forças
subjacentes às mudanças da
economia fiquem nítidas para
decidir agir", disse Greenspan.
Segundo ele, "é necessário ficar atento aos desequilíbrios
que a força econômica causa".
Para o mercado, a interpretação foi inequívoca: os juros devem subir 0,25% em fevereiro,
dando segurança à política de
controle inflacionário do Fed.
As principais Bolsas refletiram ontem a boa expectativa
em relação à economia norte-americana, registrando alta.
Com a inflação sob controle e
um aumento pequeno nas taxas
de juros, os Estados Unidos estão buscando uma desaceleração lenta e gradual -chamada
pelos economistas de "soft landing" (aterrissagem suave).
"Isso é uma boa notícia para
os mercados emergentes, que
seriam muito abalados no caso
de uma ruptura brusca dessa
economia", afirmou Rubens
Sardenberg, economista do
ABN Amro Bank no Brasil.
Segundo ele, os indicadores
econômicos dos EUA afastam a
possibilidade, em curto prazo,
de que a elevação seja maior.
O principal indicador da saúde dos EUA é o Índice de Preços
ao Consumidor, anunciado ontem, que registrou alta de 0,2%
em dezembro em relação ao
mês anterior.
"O resultado ficou aquém da
expectativa e indica que a inflação norte-americana encerrou
99 menor do que se previa, em
2,7%", afirmou Marcelo Allain,
economista-chefe do Inter
American Express.
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