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BANCO CENTRAL
Diretor de Fiscalização pede demissão
da Sucursal de Brasília
O diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch, decidiu deixar o cargo e foi obrigado a
soltar nota negando que sua saída
tenha relação com eventuais problemas com bancos.
Mauch anunciou sua decisão no
meio da tarde e, momentos depois,
o mercado financeiro começou a
especular se a saída do diretor tinha relação com boatos que circulavam desde a manhã sobre eventuais prejuízos que bancos teriam
sofrido com a desvalorização.
No início da noite, Mauch divulgou uma nota. "Jamais deixaria o
cargo se o sistema financeiro estivesse vivendo um momento de
instabilidade", afirma.
Ele afirmou considerar "um desrespeito" as insinuações de que estaria deixando a instituição em razão de possíveis problemas existentes em bancos.
"Em vários momentos adiei a decisão de deixar o cargo porque os
problemas vividos pelo sistema financeira exigiram total dedicação", afirma a nota. As especulações sobre quebra de bancos ficaram mais fortes após entrevista em
que Mauch anunciou sua saída.
Mauch disse não recear que sua
decisão de deixar a diretoria do BC
vá ampliar o nervosismo no mercado. Mas ele não descartou de forma veemente a possibilidade de
prejuízos em algumas instituições
isoladas em decorrência da desvalorização. "É um sistema com duzentos e tantos bancos. Vai dizer
que nenhum teve problema? Vai
depender de cada um. Mas não
tem nada que está para explodir."
Segundo Mauch, hoje os níveis
de capitalização, de provisão para
perdas, de exposição a riscos e de
liquidez são muito mais favoráveis
que em crises passadas.
Quando anunciou sua decisão,
durante a tarde, ele afirmou que a
saída se deve a motivos pessoais, e
não à substituição de Gustavo
Franco por Francisco Lopes na
presidência do BC ou às mudanças
do sistema de câmbio.
"Não tenho divergências com
ninguém nem com o que foi feito",
disse. Ele acrescentou que mantém
boa relação com Lopes e que sua
relação com as políticas monetária
e cambial é reduzida. "Cuido da
fiscalização, uma parte completamente distinta. O Brasil tem a particularidade de reunir fiscalização
e política monetária no BC. Em outros países são separadas."
O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Demósthenes Madureira de Pinho Neto, é muito
mais próximo do presidente demissionário, Gustavo Franco.
Pinho Neto foi convidado por
Franco para a diretoria que antes
ele próprio ocupava. Por isso, é
forte a especulação de que Pinho
Neto deixará o BC. Mauch afirmou
que havia acertado a saída em setembro de 98, afirmando que havia
passado seis anos distante da família, que mora em Porto Alegre.
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