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DEFESA DO REAL
Especulação do mercado gerou nervosismo
Lopes nega adotar flutuação de câmbio
da Sucursal de Brasília
O novo presidente Banco Central, Francisco Lopes, negou ontem especulações do mercado de
que seria adotado um sistema de
flutuação do câmbio. Ele também
disse que a instituição está disposta a usar reservas e taxas de juros
para defender a política cambial.
"São absolutamente improcedentes e inverídicas as especulações sobre a possibilidade de adoção de um regime de flutuação do
câmbio", declarou o presidente do
BC por meio de nota.
A adoção do regime de flutuação
do câmbio poderia, teoricamente,
causar uma forte desvalorização
do real. Por isso a possibilidade
ampliou o nervosismo.
No sistema de câmbio flutuante,
a cotação do dólar não tem limites.
Assim, pode flutuar livremente,
sofrendo grandes valorizações ou
desvalorizações. O Brasil adota um
regime de câmbio administrado,
no qual as oscilações da cotação
são controladas pelo BC.
Lopes afirmou que é natural que
o mercado se mostre nervoso num
momento de adaptação às novas
medidas. "O BC está acompanhando atentamente os movimentos de
mercado e oferecerá a liquidez necessária para defender o regime de
bandas cambiais."
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, classificou como "nervosismo exagerado" a queda nas
Bolsas, supostamente, segundo
ele, em razão da saída do diretor de
Fiscalização do Banco Central,
Cláudio Mauch, considerada por
ele como "fato corriqueiro".
"O ajuste fiscal no Congresso está progredindo, e o governo está
fazendo tudo o que é necessário",
acrescentou ele.
Ontem o presidente Fernando
Henrique Cardoso voltou a conversar com o subdiretor-gerente
do FMI (Fundo Monetário Internacional), Stanley Fischer, e dele
recebeu novamente manifestações
de apoio às medidas adotadas.
Sabatina
A sabatina pública de Lopes pela
CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) será no dia 26. A data foi
marcada ontem pelo presidente da
comissão, senador Pedro Piva
(PSDB-SP).
"Ele (Lopes) será seriamente
questionado. A sabatina será consistente, abordando todos os assuntos ligados à sua área", disse Piva. Segundo ele, a arguição não foi
marcada para a próxima semana
para que Lopes e os senadores tenham tempo para se preparar.
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