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Argentinos temem impacto negativo
MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires
A mididesvalorização do real, a
despeito das declarações otimistas
do governo argentino, terá um forte impacto negativo sobre a sua
economia, afetando sobretudo o
comércio exterior.
O Brasil importa cerca de um terço do que a Argentina produz. Para empresários e analistas, os setores mais afetados serão a indústria
automobilística e a de laticínios.
O economista Arnaldo Bocco salienta que a depreciação do real
não afetará apenas as exportações
ao Brasil, mas também transformará o sócio do Mercosul num
"forte competidor da Argentina no
mercado internacional".
Para o ex-ministro da Economia
Domingo Cavallo, a indústria argentina só conseguirá manter o nível de atividade se o governo reduzir os impostos sobre a produção.
Embora os funcionários do governo tenham saído publicamente
em defesa dos ajustes da economia
brasileira, a maioria dos analistas
econômicos se mostrou cética em
relação ao futuro do Brasil.
O consultor Aldo Abram, um
economista ortodoxo, disse que "o
Plano Real, tecnicamente, deixou
de existir na quarta-feira". Segundo ele, "a política lançada é absolutamente inconsistente".
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