São Paulo, sexta, 15 de janeiro de 1999

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Argentinos temem impacto negativo

MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires

A mididesvalorização do real, a despeito das declarações otimistas do governo argentino, terá um forte impacto negativo sobre a sua economia, afetando sobretudo o comércio exterior.
O Brasil importa cerca de um terço do que a Argentina produz. Para empresários e analistas, os setores mais afetados serão a indústria automobilística e a de laticínios.
O economista Arnaldo Bocco salienta que a depreciação do real não afetará apenas as exportações ao Brasil, mas também transformará o sócio do Mercosul num "forte competidor da Argentina no mercado internacional".
Para o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo, a indústria argentina só conseguirá manter o nível de atividade se o governo reduzir os impostos sobre a produção.
Embora os funcionários do governo tenham saído publicamente em defesa dos ajustes da economia brasileira, a maioria dos analistas econômicos se mostrou cética em relação ao futuro do Brasil.
O consultor Aldo Abram, um economista ortodoxo, disse que "o Plano Real, tecnicamente, deixou de existir na quarta-feira". Segundo ele, "a política lançada é absolutamente inconsistente".



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