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TENSÃO PRÉ-COPOM
Tendência em fevereiro, no entanto, é de alta, aponta Procon
Juro ao consumidor recua em janeiro
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
Os juros médios cobrados do
consumidor interromperam a
trajetória de alta iniciada em setembro de 2004 e voltaram a cair
em janeiro. No mês passado, a taxa média caiu para 7,59% ao mês,
segundo levantamento da Anefac
(Associação Nacional dos Executivos de Finanças). No entanto
pesquisa da Fundação Procon-SP
sinaliza que a trégua na escalada
dos juros durou pouco tempo. As
taxas médias do cheque especial e
do empréstimo pessoal subiram
novamente em fevereiro.
Para o presidente da Anefac,
Miguel de Oliveira, a divulgação
da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), no final de janeiro, foi um divisor de águas nas expectativas do mercado. "Houve
uma inversão de expectativas. Foi
uma ata muito negativa. Os bancos que ainda não haviam elevado
seus juros promoveram ajustes
após a divulgação da ata."
O BC indicou na ata de janeiro
que o ciclo de alta da Selic não havia acabado e que os patamares
poderão permanecer elevados
por "um período suficientemente
longo". A ata foi divulgada depois
de o Copom elevar os juros de
17,75% ao ano para 18,25%.
"Em janeiro, muitos bancos
acharam que o BC não iria promover novos aumentos na Selic e
chegaram a baixar as taxas para o
consumidor. Após a ata, o cenário
mudou", afirmou Oliveira.
Em janeiro, a queda da taxa média foi pressionada pelo recuo nos
juros cobrados no crediário, no
cheque especial, no CDC (Crédito
Direto ao Consumidor) e no empréstimo pessoal em financeiras.
As maiores quedas foram verificadas nos juros médios do CDC
bancário -que caíram 15,89%,
de 3,84% em dezembro para
3,23% ao mês em janeiro- e no
empréstimo pessoal concedido
por financeiras -que passou de
12,65% para 11,67%.
A elevação da oferta de crédito
também influenciou na redução
da taxa média em janeiro. "A concorrência entre bancos foi muito
forte na oferta de linhas de crédito
para financiamento do IPVA e
material escolar. Tudo isso puxou
o juro para baixo", diz Oliveira.
Segundo ele, essa fartura de crédito barato não deve se repetir em
fevereiro. "Tudo indica que os
bancos vão continuar a repassar
as elevações da Selic."
Procon
A pesquisa do Procon-SP já captou os efeitos negativos da ata do
Copom. Segundo o órgão, a taxa
média mensal de juros do cheque
especial subiu de 8,10% em janeiro para 8,12% ao mês em fevereiro. Trata-se do maior patamar de
juro desde dezembro de 2003,
quando a taxa média mensal estava em 8,20%. Já os juros médios
do empréstimo pessoal passaram
de 5,22% para 5,25% ao mês.
A diferença entre o resultado da
pesquisa da Anefac e do Procon-SP pode ser explicada pela base de
comparação: uma usa dados de
janeiro, e a outra, de fevereiro. A
Anefac acompanha a variação das
taxas médias de juros de crediário, cheque especial, CDC bancário, empréstimo pessoal em financeiras, empréstimo pessoal de
bancos e cartão de crédito em 30
bancos e instituições financeiras.
Já o Procon verifica os movimentos do cheque especial e empréstimo pessoal em dez bancos.
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