São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

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Real segue como a moeda que mais valoriza no mundo neste ano

SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

O real segue como a moeda que acumula a maior valorização frente ao dólar neste ano, segundo o levantamento realizado hoje pela agência norte-americana de notícias financeiras "Bloomberg".
Nesta segunda-feira, o dólar fechou abaixo de R$ 2,60 pela primeira vez desde o dia 4 de junho de 2002. A moeda americana caiu 0,92% para R$ 2,58. No ano, o dólar acumula queda de 2,80%.
O ranking considerou as 16 principais moedas do mundo: além do real, peso mexicano, coroa dinamarquesa, euro, dólar canadense, coroa sueca, libra esterlina, franco suíço, dólar de Taiwan, rand sul-africano, dólar neozelandês, coroa norueguesa, dólar de Cingapura, dólar australiano, won sul-coreano e iene japonês.
O dólar no Brasil segue a a tendência internacional da cotação. No mundo, o dólar perde valor para outras moedas fortes como euro, iene e libra. A depreciação do dólar interessa aos EUA, pois estimula suas exportações e inibe as importações. Ou seja, fica mais barato comprar produtos americanos. A maior economia do planeta precisa atrair capital estrangeiro para reduzir seu déficit externo.
Quanto maior a oferta de dólar, menor a cotação. O ingresso de dólares no Brasil é crescente. Os exportadores vendem mais, trazendo mais divisas para o país. Bancos e empresas estão captando mais recursos em empréstimos fechados no exterior.
Em busca de lucros maiores, os investidores estrangeiros também aplicam mais dinheiro na compra de títulos brasileiros, principalmente daqueles com remuneração atrelada aos juros, que estão em alta no país desde setembro.
Tomar empréstimo no exterior ficou mais barato, o que ajuda a aumentar a oferta de dólares no país. O custo do crédito está menor porque a percepção sobre o risco de um calote na dívida brasileira caiu de forma significativa desde 2003.
O governo Lula adotou medidas ortodoxas em troca da credibilidade com bancos credores: o país fez economia recorde para pagar juros da dívida e cumpriu metas com o FMI. Com isso, o risco Brasil desabou e reduziu o custo das captações no exterior.


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