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APOSENTADORIA
Foram R$ 18,8 bilhões em 2004, segundo a associação do setor; meta para 2005 é captar R$ 30 bilhões
Previdência privada tem captação recorde
FABIANA FUTEMA
DA FOLHA ONLINE
As captações da previdência
complementar atingiram R$ 18,8
bilhões no ano passado, com aumento de 26,3% em relação às de
2003. Com esse resultado, o setor
registrou o maior aporte de novos
depósitos desde 1994, quando esse indicador começou a ser feito
pela Anapp (Associação Nacional
da Previdência Privada).
Com esse desempenho, as reservas técnicas do setor evoluíram
38,4% em 2004, passando para R$
61,4 bilhões.
Esses resultados superaram as
expectativas iniciais da Anapp,
que esperava fechar o ano com
captação de R$ 17 bilhões e R$ 60
bilhões em reservas técnicas.
Segundo o presidente da
Anapp, Osvaldo Nascimento, o
bom desempenho de 2004 é reflexo do amadurecimento da cultura
de formação da poupança de longo prazo. "O brasileiro está consciente sobre as limitações da Previdência Social e por isso a previdência complementar está se consolidando no país."
Para este ano, a Anapp prevê
captar R$ 30 bilhões, que permitirão que as reservas do setor superem os R$ 100 bilhões. "Para isso,
a economia precisa manter-se estável e com taxas de juros declinantes para incentivar a formação
de poupança."
Nova tributação
A captação, no curto prazo, deve seguir em ritmo mais lento por
conta da entrada em vigor, em janeiro, das novas regras de tributação, diz Nascimento. "Mas esse é
um movimento passageiro. O investidor deve absorver rapidamente as mudanças e será atraído
pelos novos benefícios fiscais de
longo prazo."
Para garantir a entrada de novos aportes, o setor de previdência complementar está investindo
em comunicação para informar
as novas regras aos participantes.
"O desafio agora é esclarecer o
público sobre todas as mudanças
que estão em curso no regime de
tributação", afirmou Nascimento.
Pelo novo sistema, é possível
optar por uma tabela regressiva
de tributação do Imposto de Renda, com alíquotas que variam de
35% a 10%, dependendo do prazo
de formação das reservas. Quanto
maior o prazo de aplicação, menor a alíquota do IR (10% para
aplicações superiores a dez anos).
O problema é que com a entrada do novo sistema, os resgates
antecipados -quando o contribuinte ainda não cumpriu todos
os requisitos para sacar os benefícios- serão tributados em 15%
como antecipação do imposto devido na declaração.
Antes, os resgates antecipados
que não atingissem a faixa de
isenção do IR (hoje em R$ 1.164
por mês) não eram tributados. A
outra opção -que já existe- é
manter a tributação pela tabela
mensal de desconto do IR na fonte (a mesma usada pelos trabalhadores assalariados). A opção terá
de ser feita até 1º de julho para
quem tinha recursos aplicados
em 31 de dezembro de 2004.
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