São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

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BNDES prevê que os empréstimos ficarão estáveis

DA SUCURSAL DO RIO

Principal financiador para a compra de máquinas e equipamentos no país, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já espera desaceleração do setor nesta safra, com empréstimos praticamente estagnados.
O Moderfrota, programa do BNDES que financia a compra de máquinas agrícolas com juros especiais (abaixo dos de mercado), conta com orçamento de R$ 5,5 bilhões na safra 2004/5.
O BNDES possui ainda outros R$ 300 milhões para financiar máquinas agrícolas por meio de uma linha de crédito com juros um pouco mais altos -13,95% ao ano. Pelo Moderfrota, as taxas são fixas e variam de 9,75% para agricultores com renda até R$ 150 mil a 12,75% para quem tem rendimento acima desse valor.
Somadas as duas linhas, há crescimento de só 6% em relação ao que foi emprestado na safra 2003/4 -R$ 5,46 bilhões.
De acordo com o superintendente de Operações Indiretas do BNDES, Claudio Bernardo de Moraes, a expansão será menor nesta safra, já que a rentabilidade do campo caiu com a redução dos preços externos. Não se repetirão, segundo ele, crescimentos da ordem de 50% nos financiamentos como os vistos em anos anteriores.
Moraes diz que é possível que o volume de máquinas vendidas seja até menor, mas só não haverá queda nos empréstimos porque os preços subiram. "A nossa política é de estímulo. Mas, para que as compras aconteçam, é preciso que o setor tenha uma boa margem."
Além dos preços, ele citou o recuo do dólar como fator que inibe os investimentos no campo, já que os exportadores recebem menos reais por seus produtos vendidos no exterior.
Lançado em 2000, o Moderfrota terá mudanças neste ano. Antes, o Tesouro arcava com a diferença se os juros de referência -no caso, a TJLP- subissem, já que o percentual para o tomador é fixo. Nem o BNDES nem o financiado perdiam.
Agora, serão descontados 4% do valor da máquina vendida pelo fabricante. O dinheiro servirá para compor um fundo para bancar as eventuais variações da TJLP. Nesse caso, a indústria recebe menos pelo produto, mas desonera o Tesouro.


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