São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

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Fed vê expansão moderada e inflação menor

Bernanke aponta crescimento sustentável e preços em queda neste ano nos EUA, e mercados têm alta pelo mundo

Presidente do BC dos EUA diz, no entanto, que inflação continua a ser a preocupação predominante e que órgão agirá se vir risco


DA REDAÇÃO

O presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Ben Bernanke, afirmou ontem ao Comitê Bancário do Senado americano que o país deverá crescer moderadamente neste ano e a inflação tende a cair. Os mercados pelo mundo interpretaram de forma positiva o discurso, e as Bolsas subiram. No Brasil, a Bovespa bateu recorde.
"A economia dos EUA parece estar fazendo uma transição das rápidas taxas de expansão dos últimos anos para um ritmo de crescimento mais sustentável", disse o presidente do Fed em seu primeiro discurso ao Congresso depois que a oposição democrata passou a ter maioria na Casa.
Para o presidente do Fed, caso os preços do petróleo continuem a cair, as pressões inflacionárias diminuirão e os "benefícios" da queda do combustível serão sentidos por vários setores da economia.
Porém Bernanke reiterou duas vezes em seu discurso previamente escrito que a inflação continua a ser o tema "predominante" de preocupação do Fed. Ele alertou de que o organismo está "pronto para agir" (elevar os juros) caso surjam novos riscos de inflação.
E, apesar das melhoras recentes nos índices do núcleo da inflação (que exclui preços voláteis, como alimentos e energia), o dirigente do BC dos EUA disse que os riscos continuam "de certa forma elevados".
Bernanke, que completou um ano no comando do Fed no dia 1º deste mês, afirmou que o enfraquecimento do setor imobiliário, com baixa procura e preços descendentes, não parece ter tido um efeito muito grande nas demais áreas da economia americana. "Os gastos do consumidor continuaram a expandir a taxas sólidas, e a procura por trabalhadores permaneceu forte."
Na sua última reunião, no fim de janeiro, o Fed manteve em 5,25% a taxa de juros americana. A última elevação aconteceu em julho do ano passado.
Na ocasião, o organismo disse, em um tom mais otimista do que no último comunicado de 2006, que os indicadores recentes apontam para um crescimento econômico mais sólido e mostram "alguns sinais tentadores" de estabilização no setor imobiliário.
Bernanke também disse ontem que não está contente com os déficit recorde na balança comercial dos EUA, mas que as medidas protecionistas fariam mais mal do que bem ao país.
Na terça-feira, o Departamento de Comércio divulgou que o déficit comercial do país ficou em US$ 763,6 bilhões no ano passado, uma expansão de 6,5% em relação a 2005.

China
Sobre a China, o presidente do Federal Reserve afirmou que o governo de Pequim precisa adotar política que permita maior flexibilização do yuan, a moeda local.
Uma das críticas que os democratas fazem ao governo de George W. Bush é que não foi tomada uma atitude mais forte para conter a crescente vantagem comercial chinesa. O déficit com o pais asiático cresceu 15,4% em 2006 e chegou a US$ 232,5 bilhões.
A China é acusada de manter o câmbio artificialmente baixo, favorecendo as suas exportações e prejudicando as indústrias de outros países, como os Estados Unidos.


Com agências internacionais

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