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Bolsa de SP sobe 1,8% e alcança novo recorde
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro viveu
um dia de ganhos nas principais praças financeiras do
mundo. Boa parte do bom humor que movimentou os negócios financeiros ontem veio do
discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central
dos Estados Unidos).
A Bolsa de Valores de São
Paulo foi a novo patamar recorde, ao registrar valorização de
1,77% e fechar a 45.995 pontos
-tendo chegado aos 46.105
pontos durante o pregão.
O dólar teve baixa expressiva
diante do real, de 0,76%, fechando o dia em R$ 2,092.
Bernanke afirmou, em discurso no Senado americano,
que os últimos dados econômicos mostram que "a política
monetária atual deve alimentar
o crescimento econômico sustentável e reduzir gradualmente o núcleo da inflação".
As declarações foram interpretadas no mercado como sinais de que não haverá alta dos
juros norte-americanos (hoje
em 5,25% ao ano) nos próximos
meses. E que há chances de as
taxas serem reduzidas ainda
neste primeiro semestre.
Em Nova York, o índice Dow
Jones subiu 0,69%. A Bolsa eletrônica Nasdaq terminou com
ganhos de 1,16%.
Na Europa, as Bolsas também se valorizaram. Em Frankfurt, o mercado acionário teve
valorização de 0,95%; em Londres, a alta foi de 0,62%.
Dentre os mercados latino-americanos, destaque para as
Bolsas do Chile (1,32% de alta),
do México (1,31%) e de Buenos
Aires (0,67%).
A percepção de que as taxas
de juros não devem voltar a
passar por um processo de elevação nos Estados Unidos faz
com que os grandes investidores aceitem maiores riscos na
tentativa de obter retornos
mais robustos.
Nesse cenário, mercados
emergentes, como o brasileiro,
costumam se beneficiar, recebendo recursos antes alocados
em títulos do Tesouro norte-americano.
No caso da Bovespa, a participação dos investidores estrangeiros tem considerável
peso em seu desempenho. O
segmento responde por cerca
de 35% das operações feitas na
Bolsa paulista.
Neste mês, até o dia 9, o saldo
dos negócios feitos pelos estrangeiros ficou positivo em R$
210,93 milhões -resultado de
R$ 9,009 bilhões em compras e
R$ 8,798 bilhões em vendas.
Em janeiro, esse balanço de
negócios ficou negativo em
R$ 1,26 bilhão.
No pregão de ontem, além do
recorde de pontuação, a Bovespa alcançou um volume financeiro inédito: R$ 14,3 bilhões.
Esse giro anormal foi inflado
pelos vencimentos de opções
sobre o Ibovespa e de contratos
futuros do índice.
Câmbio
A apreciação do real ontem
sofreu influência da cena externa. O dólar também recuou
diante de outras moedas, como
iene, peso mexicano, rublo russo e lira turca.
O Banco Central brasileiro
não fez nada de novo, resumindo sua atuação no câmbio à
compra de dólares diretamente
das instituições financeiras -o
que tem demonstrado ter pouco efeito para deter o recuo do
real. No ano, a moeda norte-americana tem desvalorização
acumulada de 2,11%.
Ontem o BC divulgou que o
fluxo cambial já totaliza saldo
de US$ 6,59 bilhões neste ano,
até o dia 9. O montante é 51%
superior ao registrado em igual
período do ano passado.
Esses dados mostram um dos
fatores relevantes de pressão
que têm favorecido o movimento de apreciação do real.
Para o fim do ano, o mercado
prevê, segundo a última pesquisa feita pala autoridade monetária com cem bancos, que o
dólar estará em R$ 2,18 -ou
4,2% acima da cotação de fechamento de ontem.
(FABRICIO VIEIRA)
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