São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

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Bolsa de SP sobe 1,8% e alcança novo recorde

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro viveu um dia de ganhos nas principais praças financeiras do mundo. Boa parte do bom humor que movimentou os negócios financeiros ontem veio do discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed (o banco central dos Estados Unidos).
A Bolsa de Valores de São Paulo foi a novo patamar recorde, ao registrar valorização de 1,77% e fechar a 45.995 pontos -tendo chegado aos 46.105 pontos durante o pregão.
O dólar teve baixa expressiva diante do real, de 0,76%, fechando o dia em R$ 2,092.
Bernanke afirmou, em discurso no Senado americano, que os últimos dados econômicos mostram que "a política monetária atual deve alimentar o crescimento econômico sustentável e reduzir gradualmente o núcleo da inflação".
As declarações foram interpretadas no mercado como sinais de que não haverá alta dos juros norte-americanos (hoje em 5,25% ao ano) nos próximos meses. E que há chances de as taxas serem reduzidas ainda neste primeiro semestre.
Em Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,69%. A Bolsa eletrônica Nasdaq terminou com ganhos de 1,16%.
Na Europa, as Bolsas também se valorizaram. Em Frankfurt, o mercado acionário teve valorização de 0,95%; em Londres, a alta foi de 0,62%.
Dentre os mercados latino-americanos, destaque para as Bolsas do Chile (1,32% de alta), do México (1,31%) e de Buenos Aires (0,67%).
A percepção de que as taxas de juros não devem voltar a passar por um processo de elevação nos Estados Unidos faz com que os grandes investidores aceitem maiores riscos na tentativa de obter retornos mais robustos.
Nesse cenário, mercados emergentes, como o brasileiro, costumam se beneficiar, recebendo recursos antes alocados em títulos do Tesouro norte-americano.
No caso da Bovespa, a participação dos investidores estrangeiros tem considerável peso em seu desempenho. O segmento responde por cerca de 35% das operações feitas na Bolsa paulista.
Neste mês, até o dia 9, o saldo dos negócios feitos pelos estrangeiros ficou positivo em R$ 210,93 milhões -resultado de R$ 9,009 bilhões em compras e R$ 8,798 bilhões em vendas.
Em janeiro, esse balanço de negócios ficou negativo em R$ 1,26 bilhão.
No pregão de ontem, além do recorde de pontuação, a Bovespa alcançou um volume financeiro inédito: R$ 14,3 bilhões. Esse giro anormal foi inflado pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e de contratos futuros do índice.

Câmbio
A apreciação do real ontem sofreu influência da cena externa. O dólar também recuou diante de outras moedas, como iene, peso mexicano, rublo russo e lira turca.
O Banco Central brasileiro não fez nada de novo, resumindo sua atuação no câmbio à compra de dólares diretamente das instituições financeiras -o que tem demonstrado ter pouco efeito para deter o recuo do real. No ano, a moeda norte-americana tem desvalorização acumulada de 2,11%.
Ontem o BC divulgou que o fluxo cambial já totaliza saldo de US$ 6,59 bilhões neste ano, até o dia 9. O montante é 51% superior ao registrado em igual período do ano passado.
Esses dados mostram um dos fatores relevantes de pressão que têm favorecido o movimento de apreciação do real.
Para o fim do ano, o mercado prevê, segundo a última pesquisa feita pala autoridade monetária com cem bancos, que o dólar estará em R$ 2,18 -ou 4,2% acima da cotação de fechamento de ontem.
(FABRICIO VIEIRA)


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