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Consumidor inicia ano mais endividado do que em 2006
Alimentação, crediário e impostos são itens que mais pesam no orçamento mensal
Encomendada pelo Ciesp, pesquisa revela que 49% das pessoas dizem estar tão ou mais endividadas do que
no início do ano passado
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O consumidor brasileiro começa o ano endividado. Alimentação, crediário e impostos
são os itens que mais pesam no
orçamento do mês. E não há
perspectiva de sobra de dinheiro para poupar em 2007.
É o que mostra pesquisa da
Ipsos/Opinion, a pedido do
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo), com
mil consumidores, entre os
dias 23 e 29 de janeiro.
Dos entrevistados, 17% dizem que estão mais endividados do que há um ano; 32% tão
endividados quanto em 2006; e
46% se dizem menos endividados. "O fato é que o consumidor
está bastante endividado, o que
torna as perspectivas de vendas
do comércio não tão animadoras", diz Fernanda Della Rosa,
diretora da assessoria econômica da Fecomercio SP.
Levantamento da Fecomercio mostra que, em fevereiro,
61% de 1.300 pessoas ouvidas
na capital paulista estavam endividadas, e 40% delas tinham
dívidas em atraso. A Ipsos
constatou que, em janeiro, 53%
(entre mil consumidores ouvidos) tinham dívidas a pagar.
"São percentuais muito altos.
Só com mais investimento e aumento da renda essa situação
pode mudar", diz Della Rosa.
O levantamento da Ipsos
mostra que a alimentação é o
que mais compromete o orçamento do consumidor no mês
-item citado por 33% das pessoas consultadas. Em seguida
vêm crediário (12%), impostos
(11%), aluguel (10%), gastos
com cartão de crédito e cheque
especial (6%) e educação (4%).
"Piorou, sim, o nível de endividamento do consumidor neste início de ano. Isso é reflexo
também do desemprego em setores que concorrem mais com
a indústria chinesa, como o têxtil e o de calçados", diz Emílio
Alfieri, economista da ACSP.
Em janeiro, segundo informa, o número de carnês em
atraso (acima de 30 dias) aumentou 9,8% em relação a igual
período do ano passado. O número de carnês quitados subiu
6,4%, no período. "A inadimplência subiu. Está faltando dinheiro para o consumidor pagar as contas no final do mês."
O levantamento da Ipsos
mostra ainda que 66% dos mil
consumidores ouvidos não têm
perspectivas de sobra de dinheiro para poupar em 2007.
Esse dado é o que mais preocupa os empresários do Ciesp.
"Se não vai sobrar dinheiro,
ou vai sobrar pouco dinheiro,
significa que o consumidor vai
correr atrás de produtos baratos, como os chineses. E como
vai ficar a indústria nacional?",
indaga Humberto Barbato, diretor do Ciesp, que pretende
dar início a um movimento a favor do produto brasileiro.
"A indústria precisa fazer
campanha para elevar as vendas do produto nacional. Não
podemos deixar que a China e a
Índia peguem esse filão."
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