São Paulo, sábado, 15 de março de 1997.

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Para Fipe, aumentos não são preocupantes

da Redação

Para Juarez Rizzieri, presidente da Fipe, os aumentos nos supermercados estão sendo captados pelo IPC (índice de inflação).
Enquanto em 96 os alimentos e produtos industrializados seguravam a taxa de inflação, ao contrário dos serviços, neste ano são os principais itens de pressão.
No primeiro bimestre de 97, a taxa média de inflação da Fipe foi de 1,24%, enquanto alimentos subiram 2,28%. A alta dos industrializados foi de 2,86%.
Para Rizzieri, os preços nos supermercados refletem o repasse médio de 6% do atacado. Ele acrescenta que os consumidores brasileiros estão pagando, também, pelo aumento de preço das commodities lá fora. Produtos como café, açúcar, soja e laranja tiveram alta devido à pressão externa.
Alguns aumentos são sazonais e foram provocados pelas fortes chuvas dos últimos meses, como hortifrútis, cebola e batata, diz o presidente da Fipe.
Rizzieri acredita, ainda, que, com a diminuição das vendas a prazo, algumas redes estão compensando o ganho menor com o financeiro, com pequeno repasse nas margens de lucro.
Segundo um executivo do setor, os supermercados também mudaram sua estratégia porque os paulistanos estão comprando apenas os produtos mais básicos, reduzindo seu mix, que incluía muito iogurte, bolachas, biscoitos etc.
O custo da cesta do Procon/Dieese também mostra o avanço dos preços para os paulistanos. O custo atual supera em 4,64% o preço médio de dezembro. Já o custo da cesta básica do Datafolha, que inclui apenas alimentos básicos, teve reajuste de 8,9% neste ano.
``Os preços estão aumentando, mas nada preocupante porque estamos entrando em uma safra recorde'', diz Rizzieri. O reflexo na inflação é temporário, afirma.
Além dos industrializados, as carnes também estão em alta, principalmente a bovina.
Houve grande abate de vacas nos dois últimos anos e o preço do bezerro, escasso atualmente, subiu. Como cada boi vendido precisa ser reposto, o pecuarista está exigindo mais pela arroba. Hoje é de R$ 25,5, o valor dos negócios efetuados na última entressafra. (MZ)

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