DA REPORTAGEM LOCAL

O prejuízo de R$ 3,417 bilhões da Cesp em 2002 deve desabar sobre seus bancos credores. A geradora deve um total de R$ 12 bilhões, e em 2003 terá de pagar R$ 1,47 bilhão. O banco JP Morgan foi contratado para tentar uma reestruturação dos débitos.
Uma das metas seria ao menos o alongamento do pagamento. A situação não é nada fácil, pois em 2004 a Cesp terá de pagar mais R$ 3,04 bilhões aos credores. No ano seguinte, mais R$ 1,9 bilhão.
Um novo modelo para o setor de energia elétrica, apresentado na terça-feira passada ao Ministério de Minas e Energia por especialistas da USP, poderia ao menos aliviar a grave situação das finanças da companhia.
A proposta do pessoal da USP é criar uma estatal federal que compre toda a energia elétrica produzida no Brasil, em vez de deixar que o mercado regule o setor -o que poderia baratear ainda mais a eletricidade, com mais prejuízos.
"O novo modelo pode aliviar a situação das geradoras, pois garantia um preço entre R$ 50 e R$ 75 pelo MWh", disse Gláucia de Castro Quinto, analista do ABN Amro Bank. Hoje, a energia que sobra das geradoras é comercializada por R$ 4 no MAE.
Para o especialista José Paulo Vieira, que participou da elaboração do modelo de energia proposto ao governo, o preço médio de R$ 60 por MWh que a Cesp cobra de distribuidoras via contratos de médio prazo pode até cair. Mas a garantia de compra de toda a sua energia pelo governo facilitaria a vida da Cesp. (LV)


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