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Ex-gerente envolve dona da Daslu em fraude
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma ex-gerente da Daslu,
maior loja de luxo do país, em investigação há oito meses por suspeita de sonegação fiscal, acusou a
dona da butique, Eliana Tranchesi, de estar diretamente envolvida
em um suposto esquema de subfaturamento de importações para
fugir do pagamento de impostos.
Tranchesi nega a acusação.
O depoimento ocorreu ontem à
juíza Maria Izabel do Prado, da 2ª
Vara Federal de Guarulhos, que
deve ouvir nesta semana mais sete
testemunhas de acusação no processo contra a Daslu.
Em dezembro, a Justiça acatou
denúncia do Ministério Público
Federal contra a dona da loja, seu
irmão e diretor financeiro Antonio Carlos Piva de Albuquerque, e
os donos de quatro importadoras:
Multimport, Kinsberg, By Brasil e
Todos os Santos. No processo criminal, eles são acusados de crimes de fraudes nas importações
da loja, formação de quadrilha e
falsidade ideológica.
"É uma testemunha relevante.
Como funcionária da loja, informou que assistiu ao nascimento
do esquema de subfaturamento",
disse o procurador Matheus Baraldi Magnani. "Ela confirmou as
denúncias e afirmou que a dona
da loja viajava ao exterior para
efetuar a compra das mercadorias, além de pedir pessoalmente
[às grifes] que emitissem faturas
em nome das importadoras."
A ex-funcionária, que não quer
se identificar, trabalhou na Daslu
de 94 a 2002. Formada em arquitetura, foi admitida como assistente-administrativa e chegou a
gerente do setor de importações.
Após ser demitida, abriu uma
ação trabalhista contra a loja.
O depoimento da ex-gerente é
importante, segundo o procurador, porque contradiz os argumentos dos donos da Daslu. Eles
responsabilizam as importadoras
pelas irregularidades. Os advogados das importadoras preferiram
não se pronunciar.
Para Arnaldo Malheiros Filho,
advogado de Tranchesi, a testemunha não é isenta. "Ela tem um
sentimento de mágoa e de rancor.
Disse que foi exposta à humilhação no processo trabalhista. Isso
prova que ela não tem isenção."
Tranchesi, que acompanhou o
depoimento, preferiu não se pronunciar. Em ocasiões anteriores,
ela negou ter cometido as fraudes.
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