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Senadores dão apoio a prestador de serviços
Oposição ameaça obstrução de votações enquanto Lula não se definir sobre tema
Presidente tem até amanhã para sancionar ou vetar lei da Super-Receita, que inclui emenda sobre fiscalização de pessoas jurídicas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição no Senado decidiu ontem obstruir as votações,
em plenário, enquanto o presidente Lula não apresentar uma
definição sobre o dispositivo
que proíbe auditores da Receita
Federal de multar os profissionais liberais que prestam serviços como pessoas jurídicas.
A oposição quer a aprovação
do dispositivo, e 63 dos 81 senadores assinaram documento
em que defendem a sanção presidencial. Lula tem até amanhã
para sancionar ou vetar, totalmente ou em parte, o projeto
que cria a Super-Receita, no
qual o Congresso incluiu a chamada emenda 3. A proposta
original apenas fundia as estruturas de fiscalização e arrecadação dos ministérios da Fazenda e da Previdência.
A emenda explicita na lei o
entendimento de que o auditor
fiscal não tem poder de desfazer contratos de pessoas jurídicas quando entender que a
prestação de serviços encobre
uma relação trabalhista. Segundo o texto, só a Justiça trabalhista pode estabelecer isso.
"Não colaboraremos com nenhuma votação. Ao contrário,
faremos obstrução até que o governo se pronuncie, de maneira
conclusiva e clara, sobre a pendência", disse o líder do PSDB,
Arthur Virgílio (AM).
Se Lula excluir do projeto a
emenda 3, PSDB e PFL vão tentar derrubar o veto em sessão
do Congresso. A decisão da
oposição não teve impacto ontem porque não havia votação
prevista, mas o presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), já desistiu de tentar apreciar projetos hoje.
Segundo os defensores da
emenda, entre os quais mais de
200 entidades empresariais e
de profissionais liberais, o objetivo é garantir a segurança de
contratos livremente negociados entre as partes -que incluem advogados, contadores,
médicos, artistas, jornalistas,
publicitários e engenheiros.
Os ministros Guido Mantega
(Fazenda) e Luiz Marinho
(Trabalho) defendem publicamente o veto de Lula. A Fazenda quer um regime diferenciado para esses profissionais, mas
com aumento na tributação para pessoas físicas que prestam
serviços na condição de pessoas jurídicas.
Na visão da Receita, os contratos de prestação de serviço
são beneficiados por uma tributação menor que a incidente
sobre as pessoas físicas. Os defensores da emenda afirmam
que a comparação é imprópria,
uma vez que as pessoas jurídicas não dispõem de benefícios
garantidos pela legislação trabalhista às pessoas físicas.
"Não se vota nada até que o
governo diga o que vai fazer
com a emenda 3, quais são as
razões para vetá-la e o que oferece como caminho de saída",
disse o líder do PFL, senador
José Agripino (RN).
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