São Paulo, sábado, 15 de março de 1997.

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Governo quer alemã BMW em PE

DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília

O governo argentino teme que a aprovação da MP (medida provisória) 1.532, definida anteontem pelo Congresso Nacional, garanta tempo para que mais montadoras estrangeiras decidam investir nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A Folha apurou que o governo federal convidou a montadora alemã BMW a se instalar em Pernambuco.
O governo de Goiás também pretende trazer para seu território parte dos investimentos em expansão anunciados por outra alemã, a Mercedes-Benz.
Por isso, a Argentina irá aumentar a cobrança de medidas de compensação durante as negociações que devem prosseguir até o final do mês sobre 12 temas comerciais que ainda estão em conflito.
A MP, que deve se transformar em lei nos próximos dias, concede benefícios fiscais às montadoras que assumirem o compromisso de se estabelecerem nessas regiões até 31 de maio. O prazo anterior venceria em 30 de março.
Seu texto prevê que os 19 Estados dessas regiões poderão conceder mais benefícios às montadoras que os previstos pelo regime automotivo.
Os fabricantes também poderão usufruir de prazo maior de adaptação às regras contratuais.
Por enquanto, apenas a coreana Asia Motors anunciou que vai investir em um dos Estados beneficiados pela MP 1.532, a Bahia.
Distorções
Segundo o embaixador Diego Guellar, o anúncio da Asia Motors é suficiente para causar distorções nos acordos bilaterais sobre a política automotiva e a exigência de compensações.
``Não gostamos da MP e muito menos da prorrogação do prazo. Mas entendemos a motivação política dessas decisões porque somos sócios do Brasil'', afirmou o embaixador da Argentina no Brasil, Diego Guellar.
Segundo informações obtidas no MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo), o governo argentino quer colocar no Brasil 30 mil veículos -fabricados pela Renault, Peugeot e Toyota- neste esquema até o fim do ano. Em 1998, esse volume aumenta para 40 mil e, em 1999, para 50 mil.
O Brasil cedeu em parte. Resiste apenas à entrada de veículos fabricados na Argentina pela Toyota -montadora que está investindo em São Paulo.

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