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Queda pode prejudicar economia local
da Reportagem Local
"Crash", "correção" e consequências para o Brasil. Esses temas constaram do vocabulário de
alguns dos principais empresários e economistas do Brasil ontem, devido à queda na Bolsa.
O empresário Antonio Ermírio
de Moraes, vice-presidente do
conselho de administração do
grupo Votorantim, acha normal a
queda acentuada da Nasdaq. "Estou tranquilo, a queda acentuada
era esperada. Foi amplamente
prevista pelo (presidente do Fed)
Alan Greenspan", disse.
Jorge Gerdau Johannpeter, 62,
presidente do grupo siderúrgico
Gerdau, disse que Nasdaq está
buscando seu ponto de equilíbrio.
"A correção é normal. O mercado
tem um potencial enorme e o
tempo dirá quem vai sobreviver
ao ajuste. As empresas vencedoras vão ter um mercado excepcional para explorar."
O presidente da Ford, Antonio
Maciel Neto, classificou a queda
de "crash". Ele disse temer que os
investidores acabem migrando
para investimentos de renda fixa,
como títulos do Tesouro americano, o que pode contribuir para
uma recessão mundial.
João Sayad, ex-ministro do Planejamento e sócio do banco Inter-American Express, prevê que os
investimentos externos diretos no
Brasil podem cair. Na sua opinião, o setor de fusões e aquisições também pode esfriar em
consequência da queda das Bolsas. O maior perigo, para ele, é a
quebra de bancos e fundos de investimentos que estejam alavancados em operações com ações de
empresas de tecnologia. Isso, no
entanto, não deve atingir as instituições nacionais.
Carlos Langoni, ex-presidente
do Banco Central e sócio da Projeta, teme que a queda contamine
a economia real, o que pode provocar a diminuição da riqueza no
mundo. Isso afetaria a América
Latina e, principalmente, a Argentina, o que pode comprometer o crescimento do Brasil.
Para Ricardo Amorim, economista-sênior do BankBoston, o
momento não é tão desesperador.
"É um exagero pensar que essa
definição de preços vá afetar todo
o mercado. O Fed (Banco Central) tem mecanismos para controlar os juros e minimizar esse
efeito sobre a economia."
Octávio de Barros, economista-chefe do Banco Bilbao-Vizcaya,
acha que a queda é um teste para a
banda flutuante. Para ele, os efeitos não serão muito significativos.
"A situação hoje do mundo é
muito mais segura. O Brasil deu
um exemplo de solidez pouco antes desta crise ao pagar antecipadamente o que devia ao FMI."
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