São Paulo, sábado, 15 de abril de 2000


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Queda pode prejudicar economia local

da Reportagem Local

"Crash", "correção" e consequências para o Brasil. Esses temas constaram do vocabulário de alguns dos principais empresários e economistas do Brasil ontem, devido à queda na Bolsa.
O empresário Antonio Ermírio de Moraes, vice-presidente do conselho de administração do grupo Votorantim, acha normal a queda acentuada da Nasdaq. "Estou tranquilo, a queda acentuada era esperada. Foi amplamente prevista pelo (presidente do Fed) Alan Greenspan", disse.
Jorge Gerdau Johannpeter, 62, presidente do grupo siderúrgico Gerdau, disse que Nasdaq está buscando seu ponto de equilíbrio. "A correção é normal. O mercado tem um potencial enorme e o tempo dirá quem vai sobreviver ao ajuste. As empresas vencedoras vão ter um mercado excepcional para explorar."
O presidente da Ford, Antonio Maciel Neto, classificou a queda de "crash". Ele disse temer que os investidores acabem migrando para investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro americano, o que pode contribuir para uma recessão mundial.
João Sayad, ex-ministro do Planejamento e sócio do banco Inter-American Express, prevê que os investimentos externos diretos no Brasil podem cair. Na sua opinião, o setor de fusões e aquisições também pode esfriar em consequência da queda das Bolsas. O maior perigo, para ele, é a quebra de bancos e fundos de investimentos que estejam alavancados em operações com ações de empresas de tecnologia. Isso, no entanto, não deve atingir as instituições nacionais.
Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e sócio da Projeta, teme que a queda contamine a economia real, o que pode provocar a diminuição da riqueza no mundo. Isso afetaria a América Latina e, principalmente, a Argentina, o que pode comprometer o crescimento do Brasil.
Para Ricardo Amorim, economista-sênior do BankBoston, o momento não é tão desesperador. "É um exagero pensar que essa definição de preços vá afetar todo o mercado. O Fed (Banco Central) tem mecanismos para controlar os juros e minimizar esse efeito sobre a economia."
Octávio de Barros, economista-chefe do Banco Bilbao-Vizcaya, acha que a queda é um teste para a banda flutuante. Para ele, os efeitos não serão muito significativos. "A situação hoje do mundo é muito mais segura. O Brasil deu um exemplo de solidez pouco antes desta crise ao pagar antecipadamente o que devia ao FMI."



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