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Armínio Fraga diz que agora Brasil está menos vulnerável
MALU GASPAR
de Nova York
Apesar de os mercados financeiros brasileiros terem fechado o
dia em baixa, pressionados pelas
quedas recordes nos mercados
dos Estados Unidos, o presidente
do Banco Central, Armínio Fraga,
sustentou ontem em Nova York
que a economia brasileira está
menos vulnerável a crises nos
mercados financeiros internacionais do que durante outros momentos de turbulência.
Os comentários de Fraga foram
feitos no início do dia, logo depois
de um café da manhã com investidores promovido pela Câmara de
Comércio Brasil-Estados Unidos.
Para o presidente do BC, "o que
nós temos agora é uma economia
muito menos exposta a esse tipo
de risco".
"O país tem uma situação fiscal
excelente e uma balança de pagamentos que não depende do capital de curto prazo", afirmou o presidente do Banco Central.
Superávit fiscal
O ministro apóia seu discurso
otimista nos números do governo
que mostram que o país tem um
superávit fiscal primário (que não
considera pagamento de juros) de
R$ 29,3 bilhões e a maior parte
dos pagamentos a serem feitos no
país ser de longo prazo.
O saldo final na balança de pagamentos brasileira é negativo
(sai mais dinheiro do que entra)
por causa das parcelas da dívida
externa. Nesse ano, dos US$ 31 bilhões que o Brasil deve ao FMI
(Fundo Monetário Internacional), US$ 10 bilhões já foram pagos.
Custo do FGTS
A fala de Fraga, que ainda participaria de um seminário em Boston no final da tarde e depois iria
para Washington participar da
reunião do FMI, foi otimista. Ele
repetiu, como faz todas as vezes
que viaja ao exterior, que espera
que o PIB brasileiro cresça 4% ou
mais em 2000, e afirmou que o
ideal seria baixar a taxa de juros
para um dígito - "mas isso ainda
vai depender das circunstâncias
políticas".
A única estimativa que considerou "selvagem" foi a de que o governo poderá ter de arcar com um
custo de até R$ 79 bilhões como
resultado de derrota judicial no
Supremo Tribunal Federal por
causa de ações impetradas por
trabalhadores reclamando correções no FGTS.
Para Fraga, a cifra, que chegou a
ser divulgada ontem como projeção, não é viável para o governo.
O presidente do BC se recusou a
fazer mais comentários sobre o
assunto, que está sendo acompanhado com atenção pela imprensa especializada internacional.
O presidente do Banco Central
afirmou também que, apesar da
redução de terça-feira para ontem
no nível de reservas internacionais do país, de US$ 6 bilhões, devido a pagamentos da dívida externa, a situação financeira brasileira é confortável.
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