São Paulo, sábado, 15 de abril de 2000


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Armínio Fraga diz que agora Brasil está menos vulnerável

MALU GASPAR
de Nova York

Apesar de os mercados financeiros brasileiros terem fechado o dia em baixa, pressionados pelas quedas recordes nos mercados dos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sustentou ontem em Nova York que a economia brasileira está menos vulnerável a crises nos mercados financeiros internacionais do que durante outros momentos de turbulência.
Os comentários de Fraga foram feitos no início do dia, logo depois de um café da manhã com investidores promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.
Para o presidente do BC, "o que nós temos agora é uma economia muito menos exposta a esse tipo de risco".
"O país tem uma situação fiscal excelente e uma balança de pagamentos que não depende do capital de curto prazo", afirmou o presidente do Banco Central.

Superávit fiscal
O ministro apóia seu discurso otimista nos números do governo que mostram que o país tem um superávit fiscal primário (que não considera pagamento de juros) de R$ 29,3 bilhões e a maior parte dos pagamentos a serem feitos no país ser de longo prazo.
O saldo final na balança de pagamentos brasileira é negativo (sai mais dinheiro do que entra) por causa das parcelas da dívida externa. Nesse ano, dos US$ 31 bilhões que o Brasil deve ao FMI (Fundo Monetário Internacional), US$ 10 bilhões já foram pagos.

Custo do FGTS
A fala de Fraga, que ainda participaria de um seminário em Boston no final da tarde e depois iria para Washington participar da reunião do FMI, foi otimista. Ele repetiu, como faz todas as vezes que viaja ao exterior, que espera que o PIB brasileiro cresça 4% ou mais em 2000, e afirmou que o ideal seria baixar a taxa de juros para um dígito - "mas isso ainda vai depender das circunstâncias políticas".
A única estimativa que considerou "selvagem" foi a de que o governo poderá ter de arcar com um custo de até R$ 79 bilhões como resultado de derrota judicial no Supremo Tribunal Federal por causa de ações impetradas por trabalhadores reclamando correções no FGTS.
Para Fraga, a cifra, que chegou a ser divulgada ontem como projeção, não é viável para o governo. O presidente do BC se recusou a fazer mais comentários sobre o assunto, que está sendo acompanhado com atenção pela imprensa especializada internacional.
O presidente do Banco Central afirmou também que, apesar da redução de terça-feira para ontem no nível de reservas internacionais do país, de US$ 6 bilhões, devido a pagamentos da dívida externa, a situação financeira brasileira é confortável.


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