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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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Conselho tenta evitar fracasso do acordo

DA SUCURSAL DO RIO

Para tentar evitar o naufrágio da fusão Varig/TAM, parte do conselho curador da FRB (Fundação Ruben Berta), favorável ao negócio, irá propor ao colégio deliberante que dê um sinal verde para a operação. A fundação é controladora da Varig.
Pelas regras de gestão da FRB, o colégio é a instância que poderia dar um aval à fusão, sem que a decisão seja contestada depois pelo próprio conselho curador.
O conselho da fundação está hoje dividido e a maioria dele é contrário à fusão, mesmo não admitindo isso formalmente. Teme, segundo a Folha apurou, perder poder depois de fechado o negócio, pois o capital da fundação na nova companhia seria bastante diluído caso os credores convertessem dívidas em ações da empresa. Hoje, a fundação tem 87% das ações da Varig.
A disputa interna se acirrou na semana passada, quando foi eleito o novo conselho de administração da FRB-Par, empresa de participações pela qual a fundação controla todas as empresas do grupo Varig.
Havia um consenso aprovado pela maioria dos curadores no final de março de que o novo conselho de administração da FRB-Par não seria composto por nenhum curador. Teria ainda dois membros indicados pelo governo, para intensificar o diálogo com a União.
Só que na semana passada, numa ação orquestrada pelo presidente do conselho curador, Yutaka Imagawa, foi eleito o novo conselho da FRB-Par. Na composição, a presidência ficou com um outro curador: Gilberto Rigoni, que já teria se mostrado publicamente contrário à fusão. Três vagas também foram abertas a pessoas ligadas ao PT.
Dos sete membros do conselho curador, Imagawa controla quatro. Três fazem oposição a ele. São estes que querem levar o caso da fusão ao colégio deliberante. Rigoni foi procurado ontem pela Folha, mas não atendeu os telefonemas até o fechamento desta edição.
Afastar os curadores do conselho da FRB-Par tinha como objetivo melhorar a imagem que o governo tem da fundação e reduzir a interferência direta nas decisões da FRB-Par.


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