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Conselho tenta evitar fracasso do acordo
DA SUCURSAL DO RIO
Para tentar evitar o naufrágio
da fusão Varig/TAM, parte do
conselho curador da FRB (Fundação Ruben Berta), favorável ao
negócio, irá propor ao colégio deliberante que dê um sinal verde
para a operação. A fundação é
controladora da Varig.
Pelas regras de gestão da FRB, o
colégio é a instância que poderia
dar um aval à fusão, sem que a decisão seja contestada depois pelo
próprio conselho curador.
O conselho da fundação está
hoje dividido e a maioria dele é
contrário à fusão, mesmo não admitindo isso formalmente. Teme,
segundo a Folha apurou, perder
poder depois de fechado o negócio, pois o capital da fundação na
nova companhia seria bastante
diluído caso os credores convertessem dívidas em ações da empresa. Hoje, a fundação tem 87%
das ações da Varig.
A disputa interna se acirrou na
semana passada, quando foi eleito o novo conselho de administração da FRB-Par, empresa de participações pela qual a fundação
controla todas as empresas do
grupo Varig.
Havia um consenso aprovado
pela maioria dos curadores no final de março de que o novo conselho de administração da FRB-Par não seria composto por nenhum curador. Teria ainda dois
membros indicados pelo governo, para intensificar o diálogo
com a União.
Só que na semana passada, numa ação orquestrada pelo presidente do conselho curador, Yutaka Imagawa, foi eleito o novo conselho da FRB-Par. Na composição, a presidência ficou com um
outro curador: Gilberto Rigoni,
que já teria se mostrado publicamente contrário à fusão. Três vagas também foram abertas a pessoas ligadas ao PT.
Dos sete membros do conselho
curador, Imagawa controla quatro. Três fazem oposição a ele. São
estes que querem levar o caso da
fusão ao colégio deliberante. Rigoni foi procurado ontem pela
Folha, mas não atendeu os telefonemas até o fechamento desta
edição.
Afastar os curadores do conselho da FRB-Par tinha como objetivo melhorar a imagem que o governo tem da fundação e reduzir a
interferência direta nas decisões
da FRB-Par.
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