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ECONOMIA NA TRINCHEIRA
Fim da guerra trará expansão, diz Consenso de Washington
IIE vê impulso dos EUA no 2º semestre
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O desfecho rápido da guerra do
Iraque, conjugado com o cenário
de taxa baixa de juros nos países
desenvolvidos, levará a economia
dos EUA a uma rápida recuperação no segundo semestre, o que
beneficiará a economia global em
geral e, em particular, o Brasil.
A avaliação é de um grupo de
conceituados economistas americanos, como Michael Mussa (ex-economista-chefe do FMI), Martin Baily (ex-chefe do Conselho de
Assessores Econômicos de Bill
Clinton) e Fred Bergsten, que integram o Instituto para a Economia Internacional (IIE, em inglês), muito conhecido por ter dado origem ao chamado Consenso
de Washington -conjunto de receitas econômicas liberais amplamente adotado por países emergentes na década de 90.
"Estamos otimistas com o fim
das incertezas [geradas" por causa
da guerra", disse ontem Bergsten,
que preside o IIE.
Ele avalia que no segundo semestre a economia dos EUA crescerá a uma taxa anualizada de 3%
a 3,5%. "Claro que esse desempenho vai se estender em 2004." Sua
estimativa para o ano que vem é
uma expansão de até 4%.
A análise de Bergsten se baseia
em quatro aspectos fundamentais. Em primeiro lugar, o fim rápido da guerra acaba com as expectativas negativas que travavam a economia americana. Com
cenário mais claro (ou menos turvo), empresas e investidores tendem a retomar suas atividades
normais, aumentando investimentos na produção e aplicações
no mercado financeiro.
O segundo ponto da análise de
Bergsten é o preço do petróleo,
que tende a cair após a guerra.
O petróleo mais barato não
pressiona a inflação. Assim, o Fed
(o BC dos EUA) pode manter os
juros baixos.
O último elemento mencionado
por Bergsten é a política do presidente americano, George W.
Bush, de cortar impostos para estimular a economia. "Nossa economia será uma forte locomotiva,
puxando a economia mundial."
Brasil
O quadro traçado por Bergsten,
se confirmado, beneficiaria o Brasil duplamente. Primeiro porque
o país poderia aumentar suas exportações para os EUA e demais
países desenvolvidos, se a economia global se fortalecer.
O outro fator são os juros baixos
nos países industrializados. Em
busca de maior retorno, os investidores estrangeiros continuariam a buscar ativos brasileiros,
como os títulos da dívida externa.
Isso contribuiria para reduzir os
juros cobrados (risco-país menor) do governo e das empresas
brasileiras, o que facilitaria a captação de recursos no mercado internacional. Ou seja, ingresso
maior de dólares no país.
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