São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

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SALÁRIOS

Novo valor não foi definido

Lula quer que mínimo tenha aumento real

GABRIELA ATHIAS
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora ainda não tenha definido o valor do novo salário mínimo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ontem aos ministros que estão avaliando o assunto que quer aumento acima da inflação acumulada entre abril de 2003 e abril deste ano.
Com isso, o valor do novo salário mínimo deverá ficar acima de R$ 256 a partir de 1º de maio.
Em reunião que durou quase três horas no Palácio da Alvorada, com participação de ministros e líderes do governo na Câmara e no Senado, foram analisados vários cenários, com valores variando de R$ 260 a R$ 300 para o mínimo, mas não houve nenhuma decisão. Conforme a Folha publicou ontem, Lula está inclinado a elevar o mínimo de R$ 240 para um valor entre R$ 270 e R$ 275.
Na reunião, Lula fez duas exigências aos ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Guido Mantega (Planejamento): reajuste acima da inflação e que, no caso de remanejamento de recursos para isso, não sejam feitos cortes nas áreas de saúde e educação, conforme a Folha apurou.
Também estiveram na reunião os ministros Ricardo Berzoini (Trabalho), Amir Lando (Previdência), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação Social).
Na reunião, Mantega disse que cada R$ 1 de aumento acima dos R$ 256 representará R$ 143 milhões de impacto nas contas de 2004. Se o cenário for visto num intervalo de um ano, ou seja, entre os meses de maio de 2004 e abril de 2005, esse valor sobe para R$ 214 milhões.
Um reajuste maior no salário-família também foi comentado na reunião de ontem no Alvorada. Ministros disseram a Lula que seria uma forma de compensar as famílias mais pobres e numerosas. Os valores discutidos para o mínimo foram: R$ 260, R$ 270, R$ 280, R$ 290 e R$ 300.
Líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT/SP) resumiu as dificuldades na definição do novo valor : "Há uma grande sensibilidade do governo porque se reconhece que esse é um direito que afeta diretamente os trabalhadores, mas o governo não pode enveredar pelo caminho da irresponsabilidade fiscal".
O líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), assegurou um aumento do mínimo acima da inflação e criticou o governo FHC. "O presidente [Lula] não vai fazer como no governo anterior, que não recuperava o poder de compra do salário mínimo, mas só o destruía".


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