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POLÍTICA MONETÁRIA
Sinalização da trajetória declinante da taxa, que era de 39,5%, é dada pela manutenção do "viés de baixa"
Juro cai para 34%; BC indica novo corte
da Sucursal de Brasília
O Banco Central promoveu ontem nova redução nos juros básicos da economia, que passaram de
39,5% para 34% anuais, e indicou
que novas quedas poderão ocorrer
na taxa nas próximas semanas.
A decisão foi tomada em reunião
do Copom (Comitê de Política
Monetária, no qual diretores do
BC se reúnem periodicamente para fixar os juros).
A sinalização da trajetória declinante foi dada com a manutenção
do chamado "viés de baixa". Esse
mecanismo permite que o presidente do BC, Armínio Fraga, determine a redução da taxa quando
achar conveniente.
Foi a terceira redução dos juros
básicos desde a desvalorização do
real, em janeiro passado, mas as taxas continuam mais altas do que
antes da crise cambial.
Até o início da desvalorização,
que começou em 13 de janeiro, os
juros básicos -os praticados pelo
BC, que servem de referência para
o resto da economia- estavam fixados em 29% anuais.
O BC sobe e reduz os juros usando a meta para a taxa Selic, que é a
média dos empréstimos de um dia
entre bancos garantidos por títulos
federais. O BC participa desse mercado, tomando ou concedendo
empréstimos aos bancos garantidos por títulos. Como o BC negocia grandes volumes, tem poder
para influenciar a média da Selic.
Essa taxa é considerada básica
por ser referência para definir os
juros dos empréstimos bancários e
a remuneração dos depósitos.
Com a baixa da Selic, a tendência
é que as aplicações financeiras paguem juros menores. Mas taxas de
cheques especiais, cartões de crédito e financiamentos ao consumidor costumam não acompanhar
de perto a queda dos juros básicos.
O governo elevou a taxa em janeiro passado para conter a pressão inflacionária que a equipe econômica esperava a partir da desvalorização do real.
O receio era que a alta da cotação
da moeda norte-americana encarecesse os produtos importados e
abrisse flancos para que os preços
de produtos nacionais subissem.
O BC elevou os juros em quatro
movimentos, de 29% para 45%
anuais, para aprofundar a recessão
e conter a inflação.
A política de juros altos começou
a ser afrouxada em 24 de março
passado, quando a taxa básica foi
reduzida de 45% para 42% anuais.
Na semana passada, Fraga reduziu
a taxa para 39% anuais.
Segundo o BC, os juros começaram a cair porque não se confirmaram as expectativas de alta de inflação -pelo contrário, os principais índices indicam que a alta de
preços será menor que a esperada.
O diretor de Política Monetária
do BC, Luiz Fernando Figueiredo,
também aponta o início da retomada do fluxo de dólares para o
país e a queda da cotação do dólar
como um sinal positivo.
Ontem, a média da cotação do
dólar fechou em R$ 1,66. No seu
pior dia, em 3 de março passado, a
cotação média bateu em R$ 2,16.
Figueiredo também cita os leilões de títulos federais prefixados,
que têm sido bem-sucedidos. Nesses leilões, o Tesouro tem aceito taxas menores que os juros do BC.
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