São Paulo, Quinta-feira, 15 de Abril de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INDICADORES
Medido em dólar, PIB do país deve cair de US$ 788 bi para US$ 574 bi, ficando atrás de Canadá ou Espanha
Brasil perde 8º lugar entre as economias

ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local

O valor em dólares do PIB (Produto Interno Bruto, a soma da riqueza do país) brasileiro vai cair de US$ 788 bilhões em 1998 para US$ 574 bilhões neste ano, segundo estimativa do Cofecon (Conselho Federal de Economia).
Antônio Corrêa de Lacerda, presidente do Cofecon, diz que a queda de 27% da riqueza nacional em 99 resultará do efeito conjunto da redução do nível de atividade econômica em 4% e da desvalorização do real de 20% a 25% em termos reais (descontada a inflação).
Com isso, o país corre o risco de perder a oitava posição no ranking das dez maiores economias mundiais para o Canadá ou a Espanha.
De acordo com o Banco Mundial, o Brasil, com um PIB nominal de US$ 709,6 bilhões, foi a oitava maior economia do mundo em 1998. Logo atrás do Brasil ficaram o Canadá, em nono lugar, com um PIB de US$ 569,9 bilhões, e a Espanha, em décimo, com um PIB de US$ 565,2 bilhões.
Segundo o relatório do Banco Mundial, as sete maiores economias do mundo, medidas pelo PIB nominal, são EUA (US$ 7,4 trilhões), Japão (US$ 5,1 trilhões), Alemanha (US$ 2,4 trilhões), França (US$ 1,5 trilhão), Reino Unido (US$ 1,15 trilhão), Itália (US$ 1,14 trilhão) e China (US$ 906,1 bilhões).
"Para os residentes no Brasil, essa queda no ranking não significa muita coisa porque um dólar no Brasil tem um poder de compra diferente de um dólar em Nova York ou em Xangai. Mas, estatisticamente, estaremos perdendo posição, assim como nos quatro anos de valorização do real inflamos artificialmente nosso poder de compra em dólares", diz Lacerda.
Além de tornar o país 27% mais pobre, a nova realidade econômica do Brasil provocará uma queda de 15% nas importações, segundo prognóstico do Cofecon.
"A queda das importações neste ano decorre não só da retração de 4% do PIB, como também de um processo gradual de substituição de importações no país", diz o presidente do Cofecon.
Lacerda estima que o valor total das importações será de US$ 48,978 bilhões neste ano, em comparação com US$ 57,552 bilhões no ano passado, e que a taxa média de câmbio em 99 será de R$ 1,70 por dólar, significando uma desvalorização real de 20% a 25% da moeda brasileira.
"A nova realidade cambial motivaria um processo gradual de substituição de importações. Primeiro, nos bens de consumo, e depois nos bens intermediários e de capital, induzida por medidas adicionais de estímulo à compra de produtos nacionais."
Segundo o Cofecon, as importações de bens de consumo terão uma queda de 15%, e as de automóveis, de 20%.


Texto Anterior: TV de Edir Macedo compra Rede Mulher
Próximo Texto: Cinco redes detêm 33% do mercado
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.