São Paulo, sábado, 15 de maio de 2004

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Sem novas plataformas, cai 6,5% a produção nacional da Petrobras

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A produção de petróleo da Petrobras em território nacional, que representa cerca de 98% da brasileira, caiu de janeiro a abril deste ano 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado e 4,4% em relação à média do ano passado. Em abril, houve queda de 2% em relação a março e de 7,1% na comparação com o mesmo mês de 2003.
A média dos quatro primeiros meses deste ano está em 1,472 milhão de barris por dia, contra 1,540 milhão da média diária de todo o ano passado e 1,574 milhão da média dos quatro primeiros meses de 2003. Em abril deste ano, a média ficou em 1,463 milhão de barris por dia, contra 1,487 milhão em março passado e 1,576 milhão em abril de 2003.
A média mensal de produção vem caindo desde agosto do ano passado, quando alcançou 1,587 milhão de barris por dia, com um pequeno intervalo em março deste ano, quando alcançou 1,487 milhão de barris/dia, contra 1,467 milhão em fevereiro.
Manutenções programadas ou problemas em equipamentos são as razões dadas pela Petrobras para a queda de produção. Em abril, segundo a empresa, a queda teve como principais causas o atraso na volta à produção do sistema piloto de produção do campo de Jubarte, no Espírito Santo, e "problemas operacionais" na plataforma P-37, no campo de Marlim (bacia de Campos, RJ).
A estatal prevê que, apesar do início ruim, a sua produção de óleo em território nacional crescerá entre 1% e 3% na média deste ano. Em 2003, o crescimento foi de 2,6% sobre 2002. A expansão em 2002 sobre 2001 foi de 12,3%.
Saltos positivos na produção de petróleo brasileira ocorrem, normalmente, quando entra em operação um equipamento novo de grande porte (uma plataforma, já que 83% da produção brasileira vem do mar), que agrupa a produção de vários poços ou mesmo de um campo inteiro.
No intervalo entre a chegada de uma grande plataforma, a produção oscila de acordo com as paradas, programadas ou não, dos equipamentos existentes ou com a entrada em operação de sistemas menores.

Cronograma atrasado
Segundo a Petrobras, uma das causas de sua produção não estar crescendo atualmente é o atraso de quase dois anos no cronograma de entrada em operação das plataformas marítimas P-43 e P-48, respectivamente, dos campos de Barracuda e Caratinga, ambos na bacia de Campos (RJ). As duas foram encomendadas durante o governo anterior. Normalmente, uma plataforma demora no mínimo três anos para ficar pronta.
A P-43 e a P-48 produzirão cada uma, quando chegarem ao limite da capacidade, 150 mil barris de óleo por dia. A P-43 está prevista para começar a produzir em outubro deste ano e a P-48, em dezembro.
Até o final de 2005, a estatal tem programada a adição de 600 mil barris diários à sua produção atual. Segundo a empresa, a média de 2005 chegará a 1,8 milhão de barris por dia, o que representará um crescimento de 22,3% sobre o resultado dos quatro primeiros meses deste ano.


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