São Paulo, sábado, 15 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para banco, queda na Copa pressiona câmbio

DE BUENOS AIRES

A eliminação precoce da Argentina na Copa vai contribuir para pressionar ainda mais a cotação do dólar, segundo relatório do banco de investimentos Goldman Sachs.
"O fracasso para chegar a um acordo com o FMI [Fundo Monetário Internacional[, a fuga de depósitos do curralzinho [nome dado às restrições bancárias no país" e a surpreendente má performance na Copa continuarão colocando pressão contra o peso", diz o banco.
O documento foi ironicamente denominado "Argentina padece da síndrome de Estocolmo", em clara referência ao empate em um gol da seleção contra a Suécia que eliminou o país da Copa.
Síndrome de Estocolmo também é o nome dado por psicólogos a casos em que a vítima de um sequestro não apenas obedece às exigências, mas também justifica as ações dos sequestradores. No caso argentino, a vítima seria o governo e o sequestrador, o FMI.
No relatório, o banco afirma que todos os esforços do governo nesta semana estiveram concentrados em dois temas: a classificação do país na Copa e a obtenção do acordo com o FMI.
Em relação ao primeiro tema, a eliminação influiria negativamente nas expectativas da população. Sobre o FMI, o Goldman Sachs aposta que o governo não terá condições de fechar um acordo capaz de provocar "mudanças substanciais" no pessimismo do mercado.
Por esses motivos, o banco recomenda a seus clientes comprar dólares.
A moeda norte-americana foi negociada ontem nas casas de câmbio que não operam com o Banco Central a 3,61 pesos, com alta de 0,7%. (JS)


Texto Anterior: Colapso da Argentina: Argentina ameaça FMI com possível calote
Próximo Texto: Governo nega que Fundo queira eleição mais cedo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.