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SEMENTES DA DISCÓRDIA
Apesar disso, navios em trânsito poderão desembarcar mercadoria se obedecer às exigências sanitárias do país
Chineses recusam soja de mais 15 empresas
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O Ministério da Quarentena da
China anunciou ontem a suspensão temporária da importação de
soja de mais 15 empresas brasileiras, responsáveis pelo carregamento de dois navios que tiveram
sua carga recusada pelas autoridades sanitárias do país, elevando
a cinco o número de embarcações
colocadas sob suspeita.
Apesar da suspensão, o comunicado oficial ressalta que os carregamentos que já estão a caminho da China poderão ser desembarcados, desde que obedeçam às
exigências sanitárias do país.
Os novos vetos chineses colocam o governo brasileiro em situação delicada. No início da crise
da soja, o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) culpou exportadores brasileiros "gananciosos" pela contaminação dos carregamentos de soja e prometeu
aos chineses maior fiscalização.
Rodrigues julgou que essa reação fosse suficiente para acalmar
a China e restaurar a normalidade
do comércio entre os dois países,
o que acabou não ocorrendo.
A Embaixada do Brasil em Pequim não havia sido informada
oficialmente da medida até a noite de ontem. A decisão de proibir
o desembarque dos dois navios
foi tomada por representantes da
Quarentena no Cantão e em Xiamen, na Província de Fujian.
Xiamen foi o primeiro porto
chinês a recusar soja brasileira,
em abril. Nas três ocasiões anteriores em que houve problemas,
as autoridades brasileiras foram
avisadas por funcionários do governo chinês.
O Ministério da Quarentena
tem recusado a soja sob o argumento de que os carregamentos
contêm sementes tratadas com o
agrotóxico Carboxin, que dá uma
coloração avermelhada ao produto e não é aceito no país para o
consumo humano ou animal.
As 15 empresas que foram temporariamente suspensas são:
Bunge Agribusiness Singapore;
Bunge Alimentos S.A.; Adubos
Moema Indústria e Comércio;
Allicorp Trading e Comércio Exterior S.A.; Coamo Agroindustrial
Cooperativa; Cocari Cooperativa
Agropecuária e Industrial; Cooperativa Agroindustrial Lar; Cooperativa Agropecuária Castrolândia; Cooperativa Mista Agropecuária do Brasil - Coopermibra;
Fertimourão Agrícola; Glencore
Importadora e Exportadora S.A.;
Lavoura Indústria Comércio Oeste; Peron Ferrari S.A. Comércio de
Cereais; Sementes Guerra e Sumitomo Corporation do Brasil.
Nenhuma dessas empresas havia sido atingida pelas decisões
anteriores da Quarentena de suspender a importação de soja do
Brasil. As companhias que já estavam com seus negócios interrompidos são Cargill, Noble, ADM,
Dreyfuss, Irmãos Trevisan, Bianchini e Líbero.
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