São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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Emprego industrial tem 1º avanço no ano, mas renda mantém queda

IBGE avalia que ainda não é possível apontar reaquecimento no setor

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Pela primeira vez neste ano, o emprego na indústria apresentou saldo positivo. Mas o crescimento de 0,5% de abril em relação a março ainda não permite afirmar que houve reaquecimento do setor, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego e Salário na Indústria do IBGE.
Na comparação com o ano passado, houve retração. A taxa de ocupação de abril deste ano é 0,8% menor que a do mesmo período de 2005, oitavo resultado negativo consecutivo nesta comparação. No acumulado de janeiro a abril, a queda também foi de 0,8%. Nos últimos 12 meses, foi de 0,1%.
"Em 2004, houve um movimento forte de recuperação da indústria, que gerou empregos em 2005. Com o decorrer do ano, a taxa começou a cair e a atividade industrial não fez movimentos de retomada do crescimento", informou a economista da Coordenação da Indústria do IBGE Isabela Nunes.
O emprego industrial caiu, em relação a abril de 2005, em 8 das 14 regiões pesquisadas. Das 18 atividades pesquisadas pelo IBGE, 10 reduziram o número de funcionários contratados. Os piores resultados foram os dos setores de calçados e artigos de couro (-12,4%) e máquinas e equipamentos (-8,7%). O último foi afetado pela queda da atividade agrícola.
"A indústria de calçados e artigos de couro, setor muito empregador, não tem se beneficiado da desvalorização do câmbio: não há benefícios para a exportação e há grande competição com produtos semelhantes importados por preços melhores", afirma Isabela Nunes.
Os setores que mais se destacaram no aumento de contratações foram alimentos e bebidas (7,7%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (5,9%).

Renda real em queda
De março a abril, a renda real do trabalhador teve queda de 0,7%, segundo saldo negativo em dois meses. O resultado intensificou a retração do índice acumulado de fevereiro a abril, que chegou a -2,7%. No quadrimestre, o valor real da folha de pagamento mostra avanço de 0,4%, ritmo de alta menor que o do último quadrimestre de 2005 (2%). Quando a comparação é feita com o mesmo mês de 2005, a alta é de 0,3%.
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria cresceu 0,5% em relação a março, após recuo de 1,7%. Mas ainda é cedo para identificar sinais de crescimento do emprego. O desempenho foi insuficiente para compensar a queda de 1,7% registrada entre fevereiro e março.
Na comparação feita com abril de 2005, o número de horas pagas recuou 0,4%. No acumulado do ano houve queda de 0,3%. Os setores responsáveis pelas principais quedas nesta variável foram o de madeira (-13,6%), calçados e artigos de couro (-6,5%), vestuário (-6,2%) e máquinas e equipamentos (-5,5%).


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