No mesmo período de 2006, PIB havia avançado 8,8%

RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

O crescimento da economia argentina se desacelerou no primeiro trimestre deste ano, segundo prévia divulgada ontem pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos). No período, o PIB argentino cresceu 8% em relação ao mesmo intervalo de 2006.
No ano passado, o PIB do primeiro trimestre registrou crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período de 2005. O crescimento anual, em 2006, foi de 8,5%. Em relação ao último trimestre de 2006, o PIB da Argentina cresceu, nos três primeiros meses deste ano, 1%.
Em todo o ano passado, a variação mais baixa de um trimestre para o outro havia sido de 1,6%. Com o resultado, o PIB argentino atingiu 322,5 bilhões de pesos (R$ 203,8 bilhões).
Anteontem, o IBGE divulgou que a economia brasileira se expandiu em 4,3% nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2006.
Apesar da desaceleração, o crescimento argentino ainda ficou acima da média da expectativa dos analistas econômicos para a soma do ano, que é de 7,6%, segundo a consultoria Abeceb. O investimento bruto fixo interno subiu 13,1% em um ano, o que também mostra desaceleração -no primeiro trimestre de 2006, crescera 22,9%, e, no ano inteiro, 18,2%.
A relação investimento/PIB ficou em 20,3%, inferior aos 21,6% da soma de 2006, recorde na série histórica, mas acima dos 19,4% do primeiro trimestre do ano passado. Embora o investimento tenha crescido, a expansão da demanda global, de 13,1%, foi superior à da oferta, de 9,3%, o que gera pressões inflacionárias.
A inflação oficial do país nos cinco primeiros meses do ano foi de 3,4%, embora analistas independentes digam que a inflação real possa representar até o dobro deste valor.
A direção do Indec, responsável por medir os índices de crescimento e de inflação, está sendo investigada por suposta manipulação de dados no cálculo inflacionário.

Comemoração
A desaceleração não impediu que o presidente Néstor Kirchner comemorasse ontem o resultado do PIB, antes mesmo que o Indec divulgasse os números oficiais. "Seguimos impulsionando o crescimento da economia, que neste primeiro trimestre cresceu a 8%, o que mostra a potencialidade que estamos dando ao país."
Nos últimos quatro anos, a Argentina vem crescendo a uma média de quase 9% anuais.


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