São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2004

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RETOMADA

Em maio, houve crescimento industrial em todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE; veículos e máquinas lideram alta

Produção aumenta 11,7% em SP e "puxa" expansão no país

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A produção industrial de São Paulo medida pelo IBGE cresceu 11,7% em maio, em relação a maio de 2003, mantendo-se na liderança do processo de recuperação da atividade industrial do país. Só que em maio o IBGE constatou crescimento em todos os 14 locais pesquisados, enquanto em abril houve três resultados negativos.
"São Paulo está puxando a média nacional para cima, mas há um crescimento generalizado", disse Isabella Nunes Pereira, gerente de Análise de Conjuntura do Departamento de Indústria do IBGE. As produções de veículos, máquinas e equipamentos e de equipamentos de comunicação (principalmente telefones celulares) lideram a recuperação.
A última vez em que houve crescimento da produção em todos os locais que fazem parte da pesquisa industrial regional do IBGE foi em março deste ano. Também em março foi a última vez em que a indústria paulista cresceu mais do que em maio (14,3%).
Mas, de acordo com Pereira, o dado de março é problemático porque ele sofreu forte impacto da base de comparação, março de 2003. Como o Carnaval de 2003 foi em março, no mesmo mês deste ano o número de dias trabalhados foi maior, gerando uma comparação distorcida.
Os dados de maio revelam que a maior taxa de crescimento da produção no mês foi a do Amazonas, com 20,7%. São Paulo ficou em terceiro lugar, perdendo também para Goiás (13,6%).
Mas, como o peso da produção paulista representa quase a metade da produção total (43%), seu impacto no crescimento de 7,8% da produção nacional (divulgado na semana passada) é muito maior que o da indústria amazonense, cujo peso é de só 3,3%.
O crescimento mais baixo da pesquisa do IBGE, na comparação de maio deste ano com maio de 2003 foi o do Espírito Santo, 1,2%, seguido do Rio de Janeiro, com 1,4%. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, comparados com o mesmo período do ano passado, o Rio é o único local que ainda aparece com resultado negativo (-0,7%).
A baixa produção do Rio, segundo o IBGE, está relacionada com paradas programadas de plataformas de petróleo, produto do qual o Estado detém mais de 70% da produção nacional.
O Amazonas apresenta o maior crescimento também no acumulado (16,7%), seguido de São Paulo (9,3%). Nos 12 meses encerrados em maio, o crescimento é liderado também pelo Amazonas (11%), seguido de Pará e Paraná (6,3% cada um). Em São Paulo, a taxa está em 3,4%, acima da média nacional de 2,8%.
De acordo com a analista do IBGE, "as exportações ainda estão alavancando os resultados da indústria", acompanhadas de perto pela demanda do agronegócio por bens industriais.
Mas ela ressaltou que, nos últimos meses, é cada vez maior a participação dos bens de consumo duráveis destinados ao mercado interno no aumento da produção, graças à maior disponibilidade de crédito no mercado.


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