São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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Champanhe é termômetro da economia, diz Veuve Clicquot

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Cécile Bonnefond, presidente da Veuve Clicquot, em São Paulo


ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumo de champanhe pode ser o termômetro da economia de um país. É assim que Cécile Bonnefond, presidente mundial da Veuve Clicquot, avalia a atual relação da bebida com o mercado brasileiro.
Em entrevista à Folha, a executiva disse que o Brasil é um mercado-chave para a marca e desconversou quando questionada sobre a bebida produzida no país. Leia trechos a seguir.

 

FOLHA - Como avalia o mercado brasileiro?
CÉCILE BONNEFOND
- Avalio muito bem. O Brasil está na nossa 12ª posição mundialmente. O país vem se desenvolvendo muito nos últimos anos e, quanto mais rico fica, mais aberto ao consumo internacional.

FOLHA - O que pensa da qualidade da bebida produzida no Brasil?
BONNEFOND
- Os brasileiros parecem gostar (risos). Quanto mais você tem oportunidade de escolher, mais exigente fica. Como em todos os países, quando as pessoas passam o nível de sobrevivência, parecem preferir menos quantidade e mais qualidade. Os brasileiros fazem parte dessa tendência.

FOLHA - Sobre os hábitos dos brasileiros, pensa que são diferentes...
BONNEFOND
- ...Dos franceses. A França representa 50% do mercado mundial. O nosso país número um é os EUA, o número dois é o Reino Unido e o número três, a Itália. A França é apenas o número quatro. Se você pensar bem, o Brasil é o número 12. Não é tão ruim. No Brasil, o champanhe é vista como luxo. Ainda não há um consumo diário, mas já passou do momento de consumo apenas no Natal e no Ano Novo.

FOLHA - Os mercados emergentes consomem tanto quanto o Brasil?
BONNEFOND
- O Brasil está na frente. Para nós, é um mercado-chave. Há 20 anos, a Venezuela era o número um. Mas, com a evolução política do país, nós quase desaparecemos. O Brasil é um país muito mais estável. Sua economia está indo muito bem e os brasileiros decidiram que querem acessar o que o mundo tem a oferecer.

FOLHA - É possível dizer que o consumo do champanhe pode ser um...
BONNEFOND
- ... Termômetro da economia. Quanto mais ricos são os países, mais potencial mostram. Mas como medir riqueza? Os chineses nunca beberam champanhe em suas vidas. Estão bem atrás do Brasil.

FOLHA - E o mercado global?
BONNEFOND
- Vai muito bem. Temos recorde nas vendas, acima do que foi vendido para a virada do milênio.

FOLHA - Como é o bom champanhe?
BONNEFOND
- O bom champanhe começa nos vinhedos, tem vinhos de reserva e um ótimo time de enólogos -meu enólogo-mestre é meu designer, meu [estilista John] Galliano. É preciso envelhecer o champanhe antes de vender. Não é uma indústria, é uma arte, é luxo.


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