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Mercado internacional de papel
tem mais alta cotação em 5 anos
RICARDO GRINBAUM
DE LONDRES
O preço do papel no mercado
internacional está no seu ponto
mais alto dos últimos cinco anos.
Só em 1995, a cotação do papel para impressão ultrapassou a marca
de US$ 750 por tonelada.
Nos últimos 18 meses, o preço
do papel subiu, em média, mais
de 25%, diz Roger Wright, diretor-executivo da consultoria britânica Hawkins e Wright, que tem
em sua lista de clientes várias empresas brasileiras produtoras de
papel e celulose.
A principal explicação para a alta recorde de preços, de acordo
com Wright, é o aquecimento da
economia mundial.
Quase todas as regiões estão
crescendo, incluindo os EUA e a
Europa.
Mas a região que está mais influenciando a alta dos preços no
setor é a Ásia. Com o crescimento
da China e a recuperação da economia de países como Coréia do
Sul e Tailândia, o volume de
anúncios cresceu muito nos jornais asiáticos.
"Os jornais precisaram aumentar seu tamanho para comportar
as propagandas, e o consumo de
papel disparou", explica Wright.
"Como não há perspectiva de aumento de produção para atender
a essa demanda, os preços não param de subir."
Em todo o mundo, os estoques
de papel estão caindo e o ritmo da
produção, aumentando. Hoje, as
fábricas de papel norte-americanas trabalham com 94% de sua
capacidade de produção e calcula-se que devam chegar a 100% no
ano que vem.
O problema está sendo agravado pelo fato que algumas fábricas
nos Estados Unidos estão deixando de produzir papel para impressão de jornais para se especializar em outros segmentos mais
rentáveis.
Se os planos das empresas norte-americanas forem confirmados, haverá uma redução de 1 milhão de toneladas na capacidade
de produção de papel para impressão de jornais em 2001.
Atualmente, a produção mundial de papel para impressão de
jornais é de 38 milhões de toneladas, segundo Joanne Potter, da
"Pulp and Paper International",
revista especializada no mercado
de papel e de celulose.
"O preço do papel não vai cair
pelo menos nos próximos seis
meses", avalia Wright. "Só no ano
que vem poderemos ter uma idéia
se há perspectiva de mudança nas
cotações."
Além do crescimento do consumo, o mercado está passando por
outra grande mudança. A produção está ficando concentrada
num número cada vez menor de
empresas porque estão ocorrendo várias fusões e aquisições.
As norte-americanas John Weaver e Donohue se uniram em
abril. Já a norueguesa Norske
Skog comprou a divisão de papel
e de celulose do grupo neozelandês Fletcher Challenge.
Com a compra, estimada em
US$ 2,7 bilhões, a Norske Skog se
tornou a segunda maior produtora mundial de papel e de celulose
do mundo, com fábricas em 13
países, incluindo o Brasil.
"Por enquanto, não há perspectiva de abertura ou de ampliação
de fábricas para aumento de produção", diz Wright.
Com agências internacionais
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