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COMBUSTÍVEIS
Agência contratará instituições para monitorar postos; Zylbersztajn afasta hipótese de tabelamento nas bombas
ANP "terceiriza" fiscalização de preços
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A ANP (Agência Nacional do
Petróleo) anunciou ontem que vai
contratar instituições para realizar a fiscalização de preços de
combustíveis nos postos do país.
Segundo a ANP, a escolha da
empresa fiscalizadora está em
processo de licitação e o resultado, que deve sair nos próximos
dias, será publicado no "Diário
Oficial". "A fiscalização será extensiva a todas as capitais do país,
às cidades com mais de 400 mil
habitantes e aos municípios de
grande consumo, mesmo com
pequena população", disse o diretor da ANP, Luiz Augusto Horta
Nogueira. Durante 180 dias, a empresa fará um levantamento das
margens de lucro das distribuidoras e dos postos de 60 cidades.
Postos e distribuidoras terão de
respeitar a determinação do governo em relação à margem de lucro -R$ 0,15 e R$ 0,05, por litro,
respectivamente.
A medida pretende inibir a cobrança de preços considerados
abusivos pelo governo. Os revendedores alegam que o preço dos
combustíveis reflete o aumento
do preço do petróleo e consideram a margem de lucro sugerida
pelo governo insuficiente.
Em Recife, Brasília, Belém e
Fortaleza foram registrados os
maiores aumentos da gasolina.
Em Brasília, há suspeita de que algumas empresas estariam atuando na formação de cartéis.
Outra decisão da ANP, cujo objetivo é facilitar a escolha do consumidor, é a publicação no site da
entidade (www.anp.gov.br) de
uma relação dos postos com preços considerados abusivos.
Na semana passada, o governo
chegou a anunciar medidas específicas, como leilões dos estoques
oficiais de álcool, importação de
metanol e a ação da BR Distribuidora para competir com os postos
que atuavam como cartel. Uma
MP deu à agência poderes para tirar do mercado por até cinco anos
os postos e distribuidoras condenados judicial ou administrativamente por formação de cartel.
Tabelamento
o diretor-geral da ANP, David
Zylbersztajn, afastou, ontem,
qualquer hipótese de tabelamento de preços nas bombas. "O tabelamento é inócuo. Seria como
procurar o boi no pasto", disse em
entrevista no seminário "Petróleo
e Gás: A Auto-suficiência através
da Abertura", na Câmara Americana de Comércio, em São Paulo.
Ele afirmou que, nas localidades
onde há pouca competição entre
os postos, o que o governo pode
fazer é limitar a margem de lucro,
sem tabelamento.
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