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Dono de carro a gás
enfrenta fila em posto
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os motoristas que adaptaram
seus veículos para poder usar gás
combustível precisam ser muito
pacientes no Brasil. O número de
carros movidos a gás cresceu mais
rápido que a capacidade dos postos para atendê-los e, não raro, os
motoristas precisam ficar mais de
duas horas na fila para abastecer.
O gás é mais barato e menos poluente que os outros combustíveis. Como a adaptação ainda
custa caro -cerca de R$ 3.000-,
ela compensa para quem usa
muito o veículo, como os motoristas de táxi.
Os mais prejudicados com as filas, os taxistas, preparam-se para
organizar manifestações caso o
problema persista. Natalício Bezerra, presidente licenciado do
sindicato dos taxistas, afirma que
existem hoje cerca de 6.000 veículos a gás sendo utilizados por taxistas na cidade de São Paulo.
Existem 18 postos equipados para
atendê-los na capital.
Ele afirmou que antes existiam
vantagens para converter os veículos mas que, agora, os taxistas
só encontram problemas. "Enfrentamos horas de filas, o preço
não é tão bom e não há postos fora de São Paulo", disse.
Clenardo Fonseca, gerente de
gás veicular da BR Distribuidora,
afirma que o preço do gás ainda é
um grande chamariz para os motoristas. "A própria existência de
filas comprova isso", diz.
Segundo Fonseca, existem hoje
cerca de 90 postos em todo Brasil
para atender, segundo suas estimativas, 70 mil veículos. "E o problema com as filas ocorre em quase todas as cidades", diz.
Até no Rio de Janeiro, cidade
brasileira com o maior número de
postos -46, segundo Fonseca-,
as filas persistem.
Em Belo Horizonte, onde existem apenas dois postos, os problemas com as filas, que chegam a
atingir 700 metros -120 carros- exigiram a intervenção da
empresa que gerencia o trânsito
na cidade, a BHTrans.
A BR, que fatura R$ 17 milhões
mensalmente com a venda de cerca de 900 mil m3 do combustível,
pretende adaptar, em todo o Brasil, mais 80 postos até o final do
primeiro semestre de 2001. Com a
expansão, a rede da empresa subiria para cem postos.
A expansão da rede de postos,
segundo o gerente da BR, depende, no entanto, de acordos com
distribuidoras e criação de infra-estrutura, o que, segundo ele, pode ser demorado em alguns casos.
Fonseca afirma que o processo de
expansão da rede da BR consumirá investimentos de US$ 24 milhões até julho de 2001.
Por enquanto, as filas não desanimaram completamente os motoristas brasileiros. A Caixa Econômica Federal, que tem linha de
crédito subsidiada para financiar
a conversão para taxistas, fechou,
apenas este ano, 14.235 contratos.
Esses contratos já consumiram,
segundo Mário Ferreira Neto, superintendente da Caixa Econômica Federal, R$ 33 milhões.
O programa concede financiamento de 24 meses a uma taxa
média de 14,25% ao ano.
Colaborou a Agência Folha
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