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CRÉDITO
Verba deve ser liberada nas "próximas semanas"; se necessário, será usado mais US$ 1 bilhão do BID até o fim do ano
BNDES vai liberar US$ 1 bi para exportador
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O BNDES vai ampliar em US$ 1
bilhão, nas próximas semanas,
seus recursos para financiar as exportações e, com isso, atender os
pedidos de empréstimos que têm
sido recusados pelo mercado devido à escassez de dólares e à crise
de confiança no país.
Até o fim do ano, o banco vai receber mais US$ 1 bilhão do BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento), que também poderá
beneficiar as exportações. O reforço de recursos para financiar
as exportações foi anunciado ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral.
Os US$ 2 bilhões que vão reforçar as linhas de crédito do BNDES
serão utilizados para aliviar a falta
de dinheiro das últimas semanas.
Segundo Amaral, os R$ 16 bilhões
disponíveis no mercado em bancos comerciais para financiar as
exportações foram reduzidos a
cerca de R$ 13 bilhões.
"Não houve corte de linhas de
crédito, os bancos é que não estão
renovando todos os seus empréstimos. Mas esperamos que a situação se normalize nas próximas
semanas", disse Amaral.
O Banco Central também vai reforçar os recursos para exportadores. Parte das reservas em dólares do país será utilizada para oferecer empréstimos, mas o valor
ainda não foi divulgado.
Segundo Amaral, além dos empréstimos e das captações feitas
pelo BNDES em dólar, o banco
também vai reforçar os recursos
em reais disponíveis para as empresas exportadoras.
No mês passado, o banco aumentou de 25% para 35% a fatia
do orçamento anual de R$ 28 bilhões para financiar exportações.
Amaral disse que o BNDES vai
obter mais recursos para emprestar às empresas exportadoras como capital de giro. Ele não revelou de quanto será o reforço e que
setores do banco sofrerão cortes.
Parte do dinheiro que vai entrar
no caixa do BNDES nas próximas
semanas virá de empréstimos de
US$ 400 milhões que o banco está
concluindo com agentes financeiros asiáticos e europeus.
O BNDES também vai adiantar
US$ 450 milhões de um empréstimo de US$ 900 milhões, acertado
com o BID no mês passado. Além
disso, o banco desembolsará mais
US$ 140 milhões de um antigo
empréstimo a ser sacado nos próximos dias.
Somados esses recursos, o governo terá nas próximas semanas
US$ 990 milhões para emprestar
às empresas que estão encontrando as portas fechadas nos bancos.
Segundo Amaral, a utilização
dos empréstimos do BID para financiar as exportações não vai
prejudicar projetos sociais.
"O dinheiro que vem do BID
não é carimbado, e o BNDES não
vai deixar de atender a nenhuma
área, o que está acontecendo é um
adiantamento, porque o banco
vai continuar captando recursos
no exterior", disse.
O presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho, confirmou que
as linhas de crédito para os exportadores serão abertas nas próximas semanas, mas não deu data
para isso.
Amaral disse ainda que o empréstimo de US$ 1 bilhão do BID,
que será liberado até o fim do ano,
só será destinado ao financiamento das exportações brasileiras se
for necessário. Esse dinheiro faz
parte de um pacote de empréstimo de US$ 7 bilhões, do BID e do
Banco Mundial, anunciados na semana passada.
Amaral não descartou a possibilidade de o governo aumentar o orçamento do Proex, mas disse que ainda não há decisão sobre esse ponto.
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