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CAPITAL EM TRANSE
Ações da gigante de mídia desabam 25% e derrubam Bolsa de Paris; Wall Street fecha em forte alta
Vivendi tem prejuízo de 12 bi no semestre
DA REDAÇÃO
As ações da Vivendi Universal
desabaram 25% ontem e caíram
ao menor valor dos últimos 15
anos. O tombo derrubou a Bolsa
de Paris. Desde o começo do ano,
a companhia já perdeu três quartos de seu valor de mercado.
A empresa franco-americana, o
segundo maior grupo de mídia do
planeta, informou ontem que registrou um prejuízo de 12,3 bilhões na primeira metade do ano.
Durante todo o ano passado, o
prejuízo foi de 13,6 bilhões.
Além disso, a agência Standard
& Poor's rebaixou a classificação
da empresa para a categoria de
"junk bonds" (de alto risco) e a
Moody's, que já não a recomendava, rebaixou-a ainda mais.
Para reduzir suas dívidas e levantar caixa, a Vivendi anunciou
que vai se livrar de 10 bilhões
em ativos. Entre as companhias a
serem vendidas, está a editora
americana Houghton Mifflin.
Depois de uma forte expansão
nos últimos seis anos, com a aquisição de várias empresas, a Vivendi acumulou dívida de 19 bilhões. Com dificuldade para rolar
os débitos, a direção pretende reduzir o endividamento para não
mais do que 10 bilhões.
A Bolsa de Paris caiu 4,41%.
Londres fechou em queda de
2,36%, e Frankfurt recuou 2,53%.
Os mercados europeus foram influenciados por Wall Street, que
trabalhou a manhã em queda.
O Federal Reserve (banco central dos EUA) desagradou aos investidores ao não reduzir os juros
anteontem e ao afirmar que os escândalos corporativos e a queda
das Bolsas atingiram a atividade
econômica do país.
No período da tarde, o índice
Dow Jones da Bolsa de Nova York
voltou a operar em alta. Os investidores iniciaram um movimento
de venda de títulos do Tesouro,
cujos rendimentos bateram novos recordes de baixa, e começaram a comprar ações consideradas baratas. Apesar de não ter
cortado os juros agora, o Fed sinalizou que poderá fazê-lo no próximo mês, o que derrubou o rendimento dos papéis do governo.
"Ocorreu uma realocação dos
ativos, que saíram dos títulos e foram para as ações", disse Brian
Pears, diretor da corretora Victory Capital Management.
O Dow Jones encerrou em alta
de 3,08%, enquanto a Nasdaq registrou um forte ganho de 5,12%
-o terceiro maior do ano. O índice Standard & Poor's 500 subiu
4%. Wall Street também ganhou
ânimo depois que um grande número de empresas atestou a lisura
de seus balanços, atendendo a pedido da SEC (Securities and Exchange Commission).
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