São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

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CAPITAL EM TRANSE

Ações da gigante de mídia desabam 25% e derrubam Bolsa de Paris; Wall Street fecha em forte alta

Vivendi tem prejuízo de 12 bi no semestre

DA REDAÇÃO

As ações da Vivendi Universal desabaram 25% ontem e caíram ao menor valor dos últimos 15 anos. O tombo derrubou a Bolsa de Paris. Desde o começo do ano, a companhia já perdeu três quartos de seu valor de mercado.
A empresa franco-americana, o segundo maior grupo de mídia do planeta, informou ontem que registrou um prejuízo de 12,3 bilhões na primeira metade do ano. Durante todo o ano passado, o prejuízo foi de 13,6 bilhões.
Além disso, a agência Standard & Poor's rebaixou a classificação da empresa para a categoria de "junk bonds" (de alto risco) e a Moody's, que já não a recomendava, rebaixou-a ainda mais.
Para reduzir suas dívidas e levantar caixa, a Vivendi anunciou que vai se livrar de 10 bilhões em ativos. Entre as companhias a serem vendidas, está a editora americana Houghton Mifflin.
Depois de uma forte expansão nos últimos seis anos, com a aquisição de várias empresas, a Vivendi acumulou dívida de 19 bilhões. Com dificuldade para rolar os débitos, a direção pretende reduzir o endividamento para não mais do que 10 bilhões.
A Bolsa de Paris caiu 4,41%. Londres fechou em queda de 2,36%, e Frankfurt recuou 2,53%. Os mercados europeus foram influenciados por Wall Street, que trabalhou a manhã em queda.
O Federal Reserve (banco central dos EUA) desagradou aos investidores ao não reduzir os juros anteontem e ao afirmar que os escândalos corporativos e a queda das Bolsas atingiram a atividade econômica do país.
No período da tarde, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York voltou a operar em alta. Os investidores iniciaram um movimento de venda de títulos do Tesouro, cujos rendimentos bateram novos recordes de baixa, e começaram a comprar ações consideradas baratas. Apesar de não ter cortado os juros agora, o Fed sinalizou que poderá fazê-lo no próximo mês, o que derrubou o rendimento dos papéis do governo.
"Ocorreu uma realocação dos ativos, que saíram dos títulos e foram para as ações", disse Brian Pears, diretor da corretora Victory Capital Management.
O Dow Jones encerrou em alta de 3,08%, enquanto a Nasdaq registrou um forte ganho de 5,12% -o terceiro maior do ano. O índice Standard & Poor's 500 subiu 4%. Wall Street também ganhou ânimo depois que um grande número de empresas atestou a lisura de seus balanços, atendendo a pedido da SEC (Securities and Exchange Commission).


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