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MINERAÇÃO
Previ nega pressão de Lula por mais investimentos na Vale
SAMANTHA LIMA
ENVIADA ESPECIAL A MATA DE SÃO JOÃO (BA)
O presidente da Previ
(fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil),
Sérgio Rosa, negou que venha sofrendo pressão do governo para tentar frear demissões e corte de investimentos na Vale. A Previ é um
dos controladores da mineradora, com 31% das ações
com direito a voto, ao lado do
BNDES, que tem 15,5%.
Atingida em cheio pelo
corte na compra de minério
pelas maiores exportadoras
do mundo, a Vale demitiu
quase 2.000 pessoas desde o
início da crise. Além disso,
reviu seu plano de investimentos, de US$ 14 bilhões
para US$ 9 bilhões até 2013.
"Não tenho demanda específica sobre isso. O foco da
Previ e do BNDES é o desenvolvimento da empresa",
disse Sérgio Rosa, que considera natural a preocupação
do governo. "Lula está preocupado com o mercado de
trabalho. É evidente a preocupação do governo. A Vale
mostrou ao governo que não
é leviana, mas que precisou
cortar para se proteger."
Rosa participou de evento
da Previ na Costa do Sauípe.
Ele disse que as condições de
mercado no minério de ferro
ainda são incertas, mas que,
aos poucos, ocorre uma retomada. Maior siderúrgica do
mundo, a anglo-indiana ArcelorMittal, já está retomando as compras de minério.
No auge da crise, diz Rosa,
a Vale chegou a embarcar
minério de ferro em navios e
enviar à China mesmo sem
encomendas, porque estava
certa de que ainda havia demanda. "O contrato só era fechado com o navio em alto
mar, nos 45 dias da viagem."
Rosa acredita que, ao contrário do que prevê o mercado, o sistema de estabelecimento de preço de referência
continuará vigorando. Pelo
método, mineradoras e siderúrgicas estabelecem um
preço para todo o ano.
BHP, Vale e Rio Tinto, as
três maiores, já fecharam
contratos com mineradoras,
com corte médio de 30% nos
preços. Mas ninguém fechou
ainda com a China, que quer
impor um desconto maior.
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