São Paulo, sábado, 15 de agosto de 2009

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MINERAÇÃO

Previ nega pressão de Lula por mais investimentos na Vale

SAMANTHA LIMA
ENVIADA ESPECIAL A MATA DE SÃO JOÃO (BA)

O presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Sérgio Rosa, negou que venha sofrendo pressão do governo para tentar frear demissões e corte de investimentos na Vale. A Previ é um dos controladores da mineradora, com 31% das ações com direito a voto, ao lado do BNDES, que tem 15,5%.
Atingida em cheio pelo corte na compra de minério pelas maiores exportadoras do mundo, a Vale demitiu quase 2.000 pessoas desde o início da crise. Além disso, reviu seu plano de investimentos, de US$ 14 bilhões para US$ 9 bilhões até 2013.
"Não tenho demanda específica sobre isso. O foco da Previ e do BNDES é o desenvolvimento da empresa", disse Sérgio Rosa, que considera natural a preocupação do governo. "Lula está preocupado com o mercado de trabalho. É evidente a preocupação do governo. A Vale mostrou ao governo que não é leviana, mas que precisou cortar para se proteger."
Rosa participou de evento da Previ na Costa do Sauípe. Ele disse que as condições de mercado no minério de ferro ainda são incertas, mas que, aos poucos, ocorre uma retomada. Maior siderúrgica do mundo, a anglo-indiana ArcelorMittal, já está retomando as compras de minério.
No auge da crise, diz Rosa, a Vale chegou a embarcar minério de ferro em navios e enviar à China mesmo sem encomendas, porque estava certa de que ainda havia demanda. "O contrato só era fechado com o navio em alto mar, nos 45 dias da viagem."
Rosa acredita que, ao contrário do que prevê o mercado, o sistema de estabelecimento de preço de referência continuará vigorando. Pelo método, mineradoras e siderúrgicas estabelecem um preço para todo o ano.
BHP, Vale e Rio Tinto, as três maiores, já fecharam contratos com mineradoras, com corte médio de 30% nos preços. Mas ninguém fechou ainda com a China, que quer impor um desconto maior.


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