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Inflação e juros vão monopolizar a semana
Mercados aguardam ata do Copom e taxa básica dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores estarão nesta
semana focados em dados de
inflação e novidades sobre os
juros. Tanto nos EUA quanto
no Brasil esses temas estão na
agenda dos próximos dias.
A ata da reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária), que será divulgada na
quinta-feira, vai trazer explicações sobre as divergências que
marcaram a decisão de elevar a
taxa básica da economia, a Selic, para 13,75% anuais na semana passada.
Dos 8 membros que formam
o Copom, 5 votaram a favor da
alta de 0,75 ponto percentual
na taxa básica de juros e 3 foram contrários a uma elevação
dessa magnitude.
Nos Estados Unidos, amanhã
haverá reunião do Fomc (comitê do banco central do país que
define os juros) para decidir como fica a taxa básica americana, que está em 2% anuais. A
expectativa predominante é a
de que a taxa não será alterada.
O que o mercado aguarda com
mais ansiedade é a nota que os
integrantes do Fomc irão apresentar após o encontro.
"Acreditamos que o cenário
internacional deve permanecer
instável nos próximos dias, em
que a reunião do Fomc sobre a
taxa básica de juros americana
e o CPI [inflação ao consumidor dos EUA] serão os principais indicadores da semana",
afirma Júlio Martins, diretor
da Prosper Gestão de Recursos.
Além da decisão sobre os juros, amanhã será divulgado o
CPI . As projeções apontam que
inflação ao consumidor subiu
0,2% no mês passado -em julho, a alta foi de 0,8%.
O risco de pressão inflacionária pelo mundo tem sido uma
das principais preocupações
dos últimos meses. Com o arrefecimento das commodities,
que rondavam seus picos históricos há cerca de dois meses, os
índices de preços parecem que
podem dar uma trégua nesse
momento.
No Brasil, o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
de agosto mostrou menor pressão de alta, ao encerrar o mês a
0,28%, contra os 0,53% registrados em julho.
A FGV (Fundação Getulio
Vargas) vai divulgar amanhã o
IGP-10. No mercado espera-se
que o índice de preços registre
deflação de cerca de 0,25%. Na
quinta, haverá a divulgação de
outro importante índice, que é
a segunda prévia do IGP-M,
também medido pela FGV.
Com os índices de preços
dando sinais de que o pico das
pressões inflacionárias já foi
superado, há a expectativa de
que o Copom comece a desacelerar o ritmo de elevação da taxa Selic. Para a próxima reunião, marcada para o fim de outubro, o mercado espera que a
alta da taxa de juros seja de 0,50
ponto percentual.
O Brasil já pratica as maiores
taxas reais de juros -descontada a inflação- do mundo. Os
juros reais brasileiros estão hoje em 8,1%. Em segundo lugar
aparece a Turquia, com taxa
real de 4,2%. Dentre os latino-americanos, o mais próximo é o
México, com taxa de 2,6%.
Dados econômicos
A agenda norte-americana
da semana traz ainda uma série
de dados econômicos, importantes sinalizadores do ritmo
em que anda o país.
Hoje a semana começa com a
apresentação dos dados da utilização da capacidade instalada
do país, relevante por indicar os
rumos da produção. Também
vai ser conhecida a produção
industrial norte-americana no
mês passado.
Na quarta-feira, o foco está
nos números do mercado imobiliário, epicentro da atual crise
internacional. Vão ser divulgados os números das solicitações
de empréstimos hipotecários e
os níveis de construção de casas
novas nos EUA e de licenças para construir.
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