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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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SOCORRO

Negociações finais acontecem com vinda de missão técnica na próxima semana

Tesouro vai aos EUA "sondar" Fundo sobre novo acordo

Sérgio Lima - 07.fev.03/Folha Imagem
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, que foi aos EUA


SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, e o diretor de Política Monetária do BC, Afonso Bevilaqua, começaram nesta semana a negociar um novo acordo com o FMI em Washington.
Segundo a assessoria do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, a viagem de Levy é apenas uma "sondagem" sobre as opções disponíveis. As negociações finais acontecerão com a vinda da missão técnica no final deste mês.
"Há possibilidade de um novo acordo", disse Levy à Folha. O secretário lembrou que o próprio diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Horst Köhler, ofereceu apoio ao país. Tudo indica que o novo contrato, se acertado, terá um valor bem menor que os US$ 30 bilhões do acordo fechado em setembro de 2002 e que termina neste ano.
O governo brasileiro continuaria, portanto, sendo avaliado trimestralmente pelo Fundo. Mas usaria o acordo como um "cheque especial". Ou seja, só sacaria o dinheiro se necessário. Neste ano, o governo vem sacando todas as parcelas colocadas à disposição, embora as contas externas estejam positivas.
A meta do governo, colocada no próprio contrato atual, era chegar ao final do ano com reservas de US$ 50 bilhões (somados os recursos do FMI). Até ontem, porém, o BC acumulava US$ 52,876 bilhões. Caso a próxima missão aprove os últimos números deste ano, o caixa será reforçado em mais US$ 8 bilhões.
A boa situação das reservas e a valorização do real têm feito o Tesouro comprar diretamente no mercado os dólares de que necessita para pagar a dívida externa.
Palocci já avisou que um eventual novo acordo terá só um ano e que, depois, o governo espera não precisar mais do monitoramento do Fundo. A previsão é que as contas externas piorem um pouco em 2004 por causa do aumento das importações, em decorrência do esperado aquecimento econômico, mas o governo avalia que, matematicamente, não precisaria de recursos do FMI.


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