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CÂMBIO
Piva diz que ideal é R$ 3; Steinbruch pede R$ 3,20
Dólar a R$ 2,80 desestimula as exportações, dizem empresários
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar a R$ 2,80 começa a desestimular as exportações brasileiras, segundo Benjamin Steinbruch, presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), e
Horacio Lafer Piva, presidente da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo). Ambos
defenderam ontem intervenções
do governo para desvalorizar o
real em relação ao dólar.
"Realmente não dá para exportar com o dólar a R$ 2,80", afirmou Steinbruch. "Muitas empresas estão em dúvida sobre fechar
seus contratos de exportação",
disse Piva. Para o presidente da
Fiesp, o câmbio de "equilíbrio"
tanto para exportadores quanto
importadores é de R$ 3,00.
Steinbruch defende uma cotação entre R$ 3,10 e R$ 3,20. Segundo ele, o problema não é apenas
de exportação da produção atual,
mas de investimentos para aumentar a capacidade exportadora
das empresas. Sem esses investimentos, o país não vai conseguir
elevar suas vendas externas quando houver recuperação da atividade econômica interna, já que
parte do que é exportado passará
a ser consumido dentro do país.
"Qualquer um que queira investir em exportações tem de ter
tranquilidade em relação ao câmbio", observou Steinbruch. Quanto mais valorizado em relação ao
dólar estiver o real, mais caros e
menos competitivos ficam os
produtos brasileiros no exterior.
O presidente da CSN disse que a
empresa prevê investimentos de
US$ 1,5 bilhões nos próximos
anos para aumentar a capacidade
de exportação. Esses investimentos terão de ser aprovados até o
fim do ano pelo conselho de administração da empresa.
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