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MERCADO FINANCEIRO
Elogios da agência Fitch e rumor de emissão ainda nesta semana alimentam demanda por C-Bonds
Relatório faz risco-país cair para 582 pontos
DA REPORTAGEM LOCAL
Fluxo de recursos externos e
elogios recebidos da agência de
classificação de risco FitchRatings
levaram a fortes compras dos títulos da dívida externa brasileira, o
que derrubou o risco-país para
582 pontos. Foi a primeira vez,
desde 22 de julho de 1998, que o
indicador -que caiu 4%- fechou abaixo dos 600 pontos.
O risco mede a diferença entre
os juros pagos por títulos da dívida soberana do país e papéis do
governo norte-americano. A tendência atual indica que investidores estão mais confiantes em relação à capacidade de pagamento
do governo brasileiro e, portanto,
dispostos a financiar o país a taxas
mais baixas.
Isso está motivando o governo a
considerar a contratação de novo
empréstimo por meio da emissão
de títulos no exterior. O rumor é
que isso poderá ocorrer ainda
nesta semana. A dúvida do mercado é se a nova emissão seria em
euros, como se especulava na semana passada, ou em dólares.
Relatório trimestral da Fitch divulgado ontem afirmava que a
qualidade do crédito soberano do
Brasil vem melhorando desde junho passado.
Segundo a agência, o sucesso legislativo do governo -incrementado pela coalizão com o PMDB
(Partido do Movimento Democrático Brasileiro), erroneamente
chamado pela agência de "Partido do Movimento Doméstico
Brasileiro"- e a alta popularidade de Lula têm contribuído para a
melhora da qualidade do crédito
soberano do país.
Para o mercado, a Fitch, que
mantém perspectiva positiva para
o Brasil, poderá elevar a classificação do país em breve. Ontem, se
falava ainda em melhora da nota
da Turquia por alguma agência.
Com tudo isso, o C-Bond encerrou o dia em alta de 1,06%, cotado
a 94,562% de seu valor de face
-novo recorde.
A queda de 0,25% do dólar, para
R$ 2,83, a terceira menor cotação
do ano, surpreendeu analistas. A
expectativa era a de que credores
do governo pressionassem a cotação da moeda norte-americana
para cima, já que o preço médio
do dólar de ontem corrigirá a dívida de US$ 1,135 bilhão que será
resgatada hoje pelo governo. Mas
a demanda foi mais forte.
A Bovespa (Bolsa de Valores de
São Paulo) voltou a subir 0,64%,
fechando novamente acima de
18.000 pontos (18.178), com volume de negócios de R$ 1,119 bilhão.
(ÉRICA FRAGA)
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