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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Elogios da agência Fitch e rumor de emissão ainda nesta semana alimentam demanda por C-Bonds

Relatório faz risco-país cair para 582 pontos

DA REPORTAGEM LOCAL

Fluxo de recursos externos e elogios recebidos da agência de classificação de risco FitchRatings levaram a fortes compras dos títulos da dívida externa brasileira, o que derrubou o risco-país para 582 pontos. Foi a primeira vez, desde 22 de julho de 1998, que o indicador -que caiu 4%- fechou abaixo dos 600 pontos.
O risco mede a diferença entre os juros pagos por títulos da dívida soberana do país e papéis do governo norte-americano. A tendência atual indica que investidores estão mais confiantes em relação à capacidade de pagamento do governo brasileiro e, portanto, dispostos a financiar o país a taxas mais baixas.
Isso está motivando o governo a considerar a contratação de novo empréstimo por meio da emissão de títulos no exterior. O rumor é que isso poderá ocorrer ainda nesta semana. A dúvida do mercado é se a nova emissão seria em euros, como se especulava na semana passada, ou em dólares.
Relatório trimestral da Fitch divulgado ontem afirmava que a qualidade do crédito soberano do Brasil vem melhorando desde junho passado.
Segundo a agência, o sucesso legislativo do governo -incrementado pela coalizão com o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), erroneamente chamado pela agência de "Partido do Movimento Doméstico Brasileiro"- e a alta popularidade de Lula têm contribuído para a melhora da qualidade do crédito soberano do país.
Para o mercado, a Fitch, que mantém perspectiva positiva para o Brasil, poderá elevar a classificação do país em breve. Ontem, se falava ainda em melhora da nota da Turquia por alguma agência.
Com tudo isso, o C-Bond encerrou o dia em alta de 1,06%, cotado a 94,562% de seu valor de face -novo recorde.
A queda de 0,25% do dólar, para R$ 2,83, a terceira menor cotação do ano, surpreendeu analistas. A expectativa era a de que credores do governo pressionassem a cotação da moeda norte-americana para cima, já que o preço médio do dólar de ontem corrigirá a dívida de US$ 1,135 bilhão que será resgatada hoje pelo governo. Mas a demanda foi mais forte.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) voltou a subir 0,64%, fechando novamente acima de 18.000 pontos (18.178), com volume de negócios de R$ 1,119 bilhão.
(ÉRICA FRAGA)


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