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MERCADO
Acionista minoritário se frustra
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Foi lamentável." Assim reagiu
Waldir Corrêa, presidente da Animec (associação que representa
acionistas minoritários), sobre o
reajuste de preço dos combustíveis promovido pela Petrobras.
Sob o ponto de vista dos detentores de ações da companhia, a alta decepcionou. "Posso até entender que um aumento mais moderado dos combustíveis pode ser
benéfico para a inflação. Mas esse
aumento pequeno é ruim
para o investidor, que espera
sempre que a
empresa das
quais detêm
ações tenha
um desempenho o melhor
possível", avalia Corrêa.
A decepção
foi refletida pelos indicadores
do mercado financeiro. As
ações da empresa fecharam em baixa
na Bolsa de Valores de São
Paulo, mesmo
com o valor do
barril de petróleo alcançando
mais um recorde no mercado
internacional.
A ação preferencial da estatal caiu 0,75% no
pregão de ontem, e a ordinária
(com direito a voto) recuou
0,62%. Com isso, as baixas acumuladas pelos papéis no mês passaram a ser de 4,53% (ação PN) e
2,80% (ação ON). No ano, ainda
registram alta, de 26,93% e
24,37%, respectivamente.
Parte dos trabalhadores brasileiros virou acionista minoritário
da Petrobras, ao investir recursos
do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) em papéis da
companhia. O retorno nominal
no ano ainda é bom, com alta acumulada de 32,6%.
A discussão levantada por analistas é sobre se esse retorno é o
máximo que a empresa poderia
dar ou se ele poderia ser maior se,
de fato, os preços seguissem a variação do mercado externo.
A Animec, por exemplo, encomendou estudo que mostra que
os preços dos combustíveis deveriam ter subido entre 12% e 20%.
A influência do reajuste no mercado financeiro não fica restrito
ao setor acionário, porém. A projeção de que, com a alta, a inflação
será levemente elevada reforçou a
expectativa de que o Banco Central voltará a
elevar a taxa de
juros na reunião da próxima semana.
Em setembro,
a taxa subiu de
16% para
16,25% ao ano.
Resultado: as
projeções dos
juros futuros
subiram na
BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros). A taxa no
contrato DI
-que acompanha os juros
praticados entre bancos-
mais negociado, com vencimento em
abril, fechou a
17,26%, ante
17,19% do pregão anterior.
No contrato
com resgate daqui a um ano, a taxa subiu de 17,48% para 17,61%.
O dólar teve ontem sua maior
alta em um dia desde 31 de maio:
1,16%, fechando a R$ 2,873.
O risco-país brasileiro subiu
com força e fechou aos 481 pontos, em alta de 6,4%. Operadores
afirmam que investidores venderam títulos da dívida brasileira
-como os C-Bonds e o Global
40- para pagarem pelos novos
papéis que o governo emitiu na
semana passada.
A Bolsa de Valores de São Paulo
encerrou o dia em baixa de 1,42%.
Colaborou a Redação
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