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Pecuarista enviou carta a Lula sobre falta de recursos
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Por meio de carta enviada ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, no dia 26 de agosto passado, pecuaristas alertaram o governo sobre o risco da falta de
verba para o combate à febre
aftosa. A escassez de recursos
pode ter resultado no foco da
doença registrado nesta semana em Mato Grosso do Sul.
"A falta de investimento na
defesa sanitária animal e vegetal brasileira vai expor o Brasil a
uma situação vexatória diante
da comunidade internacional,
pois o frágil sistema de controle
sanitário poderá gerar a perda
de importantes mercados", escreveu na carta o presidente da
Famato (Federação da Agricultura de Mato Grosso), Homero
Alves Pereira.
Ele entregou a carta, endereçada a Lula, ao ministro Roberto Rodrigues (Agricultura),
após evento que reuniu 3.500
produtores rurais em Mato
Grosso. A assessoria do ministério não informou ontem se a
correspondência chegou às
mãos do presidente.
Segundo informou o Planalto, a carta endereçada ao presidente foi entregue a Rodrigues,
que já vinha tratando do assunto defesa sanitária com Lula.
Apesar do alerta, o governo
"trata a pão e água a saúde animal no país", afirmou ontem o
presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato
Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto. Segundo ele, o Estado, vítima da aftosa, não recebeu verba neste ano.
O alerta enviado a Lula partiu
de Mato Grosso que, embora livre da doença com a vacinação,
foi atingido por embargo nas
exportações de carne, quando
surgiu um foco no Pará em junho de 2004. A Rússia suspendeu as importações naquela
ocasião e agora voltou a adotar
a mesma medida.
Juntos, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul possuem pelo
menos 50 milhões de cabeças
de gado, cerca de 25% do rebanho bovino nacional.
Atingido pela doença, Mato
Grosso do Sul responde por
quase 50% da produção de carne brasileira exportada, informou Coelho Neto. Mas, os dois
Estados, segundo as entidades
de classe dos pecuaristas, não
receberam recursos neste ano.
Na carta a Lula havia ainda
outra advertência: "A inércia e
o descaso de seu governo tem
exposto o ministro Roberto
Rodrigues a situações constrangedoras, demonstrando
falta de companheirismo com
aquele que é reconhecido pelos
produtores rurais como um
dos mais competentes membros da equipe [do governo]".
(HUDSON CORRÊA)
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